Os preços do petróleo terminaram em queda nesta terça-feira, depois que os principais países produtores de petróleo não conseguiram chegar a um acordo sobre a política de produção. Após várias reuniões preparatórias em quatro dias, tensões entre Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos levaram ao adiamento, sem nova data, da videoconferência que reuniria a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e dez outros produtores liderados pela Rússia.
Dois pontos seriam debatidos por esse cartel ampliado, denominado Opep+: a data em que a produção voltará ao nível anterior à crise sanitária, até então marcada para abril de 2022, e que seria adiada para o final do ano que vem; e novo aumento do volume de óleo cru colocado no mercado entre agosto e dezembro para fazer face à procura global. A Opep+ reduziu sua produção diária em 10 milhões de barris desde maio de 2020, no auge da primeira onda de Covid-19.
Para analistas ouvidos pelo jornal francês Le Monde, a ausência de acordo pode levar a pico de petróleo. Visão oposta tem Eugen Weinberg, analista de energia do Commerzbank Research. Para ele, a médio prazo, o fracasso da Opep+ tem mais probabilidade de prejudicar os preços do petróleo do que de beneficiar.
“No passado, divergências dentro da Opep muitas vezes geravam deslizamentos maciços de preços, no entanto, o mercado está interpretando o atual fracasso como significando que o antigo acordo, segundo o qual a produção pelos países da Opep e seus aliados deve ser mantida a partir de agosto até abril de 2022, após o aumento em julho, ainda se aplica”, disse Eugen Weinberg, analista de energia do Commerzbank Research, de acordo com a agência de notícias Xinhua.
O contrato de West Texas Intermediate para entrega em agosto perdeu US$ 1,79 para fechar a US$ 73,37 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York. No início da sessão, o índice de referência do petróleo bruto dos EUA foi negociado a US$ 76,98 por barril, seu nível mais alto desde novembro de 2014.
O contrato de petróleo Brent para entrega em setembro caiu US$ 2,63, fechando em US$ 74,53 o barril na London ICE Futures Exchange, após atingir seu nível mais alto desde 2018.
A divergência ocorre porque os Emirados Árabes querem elevar sua cota de exportação em 600 mil barris todos os dias. Os Emirados reduziram sua capacidade de produção em 35%, muito mais do que os demais países da Opep+.
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