Oposição da Venezuela já recebeu atas eleitorais, afirma especialista

Observadora na Venezuela explica que atas eleitorais são entregues aos fiscais dos partidos após fim da votação

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Eleitor deposita voto impresso na urna na Venezuela (Foto de Marcos Salgado/Agência Xinhua)
Eleitor deposita voto impresso na urna na Venezuela (Foto de Marcos Salgado/Agência Xinhua)

Em entrevista ao jornal argentino Página12, Marina Violeta Urrizola, membro do Conselho de Peritos Eleitorais da América Latina (Ceela), afirmou que as eleições na Venezuela ocorreram, e continuam a ocorrer, dentro de parâmetros normais e esperados.

A especialista indica uma contradição da oposição quanto à denúncia de fraude e ao pedido de divulgação desses boletins: “Esse papel, que seria a ata (…) uma cópia é entregue na hora a cada fiscal [dos partidos]. No domingo, os dois partidos tinham participação em 95% das mesas de voto. Portanto, a ata é aquela tira. E os partidos políticos já o têm.” Dessa forma, a oposição venezuelana poderia exibir, ao menos, 95% das atas que cobra do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Em entrevista à Rede Matogrossense, afiliada da TV Globo, o presidente Lula minimizou as preocupações com as eleições na Venezuela. “Tem uma briga. Como vai resolver esta briga? Apresentando a ata. Se tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com recurso.”

Lula falou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a pedido deste. A conversa teria durado 30 minutos. Brasil e EUA ainda não reconheceram a eleição de Nicolás Maduro, assim como México, Colômbia e outros países. China, Rússia, Cuba, entre outros, já parabenizaram o presidente eleito.

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Peru reconhece candidato da oposição

O Peru reconheceu Edmundo González Urrutia, candidato da oposição, como presidente eleito da Venezuela, anunciou o chanceler peruano, Javier González-Olaechea. O gesto repete 2019, quando o Peru reconheceu e apoiou Juan Guaidó, hoje refugiado nos EUA após acusações de desvio de recursos.

Padrino López
Ministro da Defesa, Padrino López, manifesta apoio ao resultado das urnas (foto de Marcos Salgado, Xinhua)

O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, afirmou nesta terça-feira que está em curso uma tentativa de “golpe de Estado”, promovida por grupos de extrema-direita com aliados internacionais, “apoiado pelo imperialismo norte-americano e pelos seus aliados externos e internos”.

O Ministério Público da Venezuela afirmou que sedes do CNE, estátuas e outras instituições públicas, como prefeituras e sedes do PSUV, foram atacadas e vandalizadas por grupos insatisfeitos com o resultado eleitoral que deu vitória ao presidente Nicolás Maduro.

Dados do MP mostram que os confrontos teriam causado a morte de um membro da Guarda Armada Nacional Bolivariana, no Estado Aragua, e ferido outros 48 membros das forças de segurança, resultando na prisão de 749 pessoas. Enquanto a Organização Não Governamental (ONG) venezuelana Foro Penal calcula que seis manifestantes foram mortos desde a última segunda-feira.

O chefe do Ministério Público da Venezuela, Tarek William Saab, qualificou parte desses atos como terrorismo. “Na Venezuela não há protestos. Há focos de pessoas delitivas, armadas, para agredir e criar um caos para que escale a violência em nível nacional para que haja uma intervenção estrangeira”, afirmou.

Por outro lado, o Alto Comissário das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Volker Türk, manifestou preocupação com as detenções e disse que manifestações estão ocorrendo em pelo menos 17 dos 24 estados da Venezuela.

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