Os caminhos da desdolarização: sem volta

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Yuan e dólar (Foto: Ag. Xinhua)
Yuan e dólar (Foto: Ag. Xinhua)

Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (vulgo, os Brics) estão procurando ativamente diminuir o domínio do dólar nas finanças internacionais. “O enfraquecimento da posição do dólar nos mercados de capitais globais é obra do próprio país”, alfineta recente reportagem do The Globe and Mail.

De acordo com o jornal canadense, a busca por alternativa à moeda dos Estados Unidos vem na esteira de “décadas de irresponsabilidade fiscal e crescimento econômico anêmico, mantidos por taxas de juros artificialmente baixas e pelo fato de que o país que controla a moeda de reserva mundial (…) Além disso, o Governo dos EUA optou por armar o dólar, expulsando a Rússia do sistema internacional de pagamentos e confiscando seus ativos”.

A desdolarização é consequência, acima de tudo, do fim do mundo unipolar, com a decadência da economia real dos EUA e a preponderância absoluta do mercado financeiro especulativo. No horizonte, surgem alternativas, e o iuan, turbinado pela potência econômica da China, é o mais ativo, mas dificilmente será hegemônico como foi o dólar.

Embora o renmimbi (mais conhecido como iuan, que é o dinheiro em si) tenha mantido sua posição como a quinta moeda mais ativa para pagamentos globais em valor com base nos dados de fevereiro deste ano do sistema de pagamentos capitaneado pelos Estados Unidos, o Swift, a moeda chinesa representava apenas 2,19% da participação no mercado global, enquanto o dólar detinha participação de 38,43% de todas os pagamentos globais.

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Em uma cúpula em março, os ministros da Economia e presidentes dos bancos centrais da Asean, a Associação de Nações do Sudeste Asiático, concordaram em reforçar as moedas regionais e ser menos dependentes de moedas estrangeiras, como o dólar.

Como publicamos ao longo da semana, o mesmo está ocorrendo na América Latina, na África e no Oriente Médio. A Rússia, devido às sanções – mas não somente por isso, pois já era uma política defendida anteriormente – busca ser um dos motores da mudança.

O dólar continuará sendo uma moeda de reserva por algum tempo. Seu declínio foi e continuará a ser gradual. Mas o caminho já está traçado.

 

Efeito Orloff

De Fernando Collor, ex-presidente do Brasil, alvo de impeachment em 1992, prestes a ser condenado a mais de 30 anos de prisão, para Guillermo Lasso, (ainda) presidente do Equador: “Yo soy tu mañana.”

 

Rápidas

Para comemorar o Dia da Indústria, celebrado em 25 de maio, a Associação de Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Rio Indústria) reunirá empresários com o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Vinicius Farah, no dia 22, para debater desenvolvimento e oportunidades para o setor *** A Escola Superior de Guerra (ESG) realizará o “Seminário Segurança e Defesa” no próximo dia 29, 8h. Mais informações aqui *** Sintra, em Portugal, é o destino do Encontro Holístico Prosperar, o primeiro internacional, que será realizado em 27 e 28 de maio, de forma híbrida. Mais informações aqui.

2 COMENTÁRIOS

  1. Se cada país procurar comercializar em outras moedas sem ser o dólar, a tão poderosa e arrogante economia norte americana, vem abaixo em pouco espaço de tempo. E muitos países vão se livrar dos embargos e tirania imposta pelos yankes.

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