Os investidores estrangeiros de nacionalidade

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brasileira estavam temerosos com a crise argentina e preocupados com a explosão da bolha formada na Bolsa de Nova York. Não contavam, todavia, com a divulgação da fita telefônica revelando o envolvimento do presidente Fernando Henrique Cardoso no processo de privatização da Tele Norte Leste. Devido a isso, houve pressão no dólar, que chegou a registrar valorização de 3,75%, cedendo depois com a atuação do Banco Central, enquanto na Bovespa o índice chegou a registrar perdas de quase 5%.

Para grande número de analistas a aceleração na queda das cotações das ações brasileiras foi provocada pelo desempenho do ministro Pimenta da Veiga durante a entrevista coletiva. Para outros, no entanto, o mercado acompanhou a tendência ditada pelos investidores norte-americanos, de vez que o Dow Jones sofreu redução de 1,16%. Além disso, o Banco Central aceitou, no leilão de títulos pré e pós fixados, taxas acima do valor da Selic.

O ministro Pimento da Veiga admite a hipótese do governo processar o jornal Folha de S.Paulo. Quem não deve ter gostado da idéia foi o senador João Alberto, de vez que corre o risco de ficar sem assunto para os seus confusos comentários e perguntas na CPI do Cacciola.

Uma coisa é certa: Pimenta da Veiga, como ministro das Comunicações, ainda não encontrou a melhor forma de se comunicar com os brasileiros. Como devem ser interpretadas suas últimas declarações? O que ministro quis dizer com “não há indícios da influência do governo na disputa pelo controle da Tele Norte Leste, que não hesitará em atuar nas futuras privatizações para estimular a competição”?

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Aparentemente são mínimas as chances do Congresso instalar a CPI mista, uma na Câmara e ou outra no Senado, para apurar eventuais irregularidades no processo de privatização da Telebrás. O senador Antônio Carlos Magalhães classificou a reportagem de “requentada”, enquanto o senador Jáder Barbalho a minimizou. O governador Mário Covas considerou “estranha” que a divulgação de novos detalhes de fitas tenha ocorrido logo depois que o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros assumiu uma das vice-presidências do PSDB, mas esqueceu de ressaltar que foi após o desnecessário ataque ao ministro Pedro Malan. Covas, no entanto, deveria se preocupar com a opinião do povo e urgentemente encomendar a pesquisa: qual o brasileiro menos confiável da atualidade?

As discussões sobre as novas fitas do grampo nos telefones do BNDES afetarão o comportamento dos mercado financeiro e de capitais. Haverá atraso nas reformas tributária, administrativa e a segunda fase da Previdência, o que deixará os investidores intranqüilos. O Banco Central terá de ficar atento para o desempenho na BM&F de determinados bancos estrangeiros que, inexplicavelmente, não foram investigados pela pseuda CPI dos bancos. Os especuladores tentarão forçar a alta do dólar, enquanto ficarão vendidos no mercado futuro de Ibovespa e derrubarão as cotações das ações. E as taxas de juros vão parar de cair. Leonel Brizola voltará à mídia para pedir a renúncia de Fernando Henrique Cardoso. Como não haverá CPI, nem o processo de impeachment, dentro de algum tempo, tudo voltará ao normal. Mas os brasileiros torcem para que, quando houver a normalidade, Luís Carlos Mendonça de Barros seja punido.

Por falar nisso, o que Mendonça de Barros fez pelo Brasil? Ao que consta, somente apareceu no noticiário do caso Nahas, em algumas informações contraditórias sobre a privatização da Telebrás e agora no caso do grampo no BNDES.

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