Os principais investimentos feitos em startups e as alternativas de captação para um crescimento saudável desses negócios

Startups brasileiras receberam US$ 21,9 bilhões (cerca de R$ 108,4 bilhões) em investimentos de 2019 até 2023.

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Gráfico econômico-financeiro no notebook
Gráfico econômico-financeiro no notebook (foto Pxfuel, CC)

A busca por investimentos faz parte da jornada de qualquer empresa, e com as startups, a importância dos aportes financeiros não é diferente. Afinal, captar recursos é fundamental para assegurar o desenvolvimento da inovação proposta pela companhia, a maturidade dela no mercado e, claro, também a solidez do negócio a médio e a longo prazo. Alguns dos investimentos mais recorrentes nas startups ficam por conta do investidor-anjo, seed money, private equity, das aceleradoras e do venture capital.

O primeiro tipo de investimento é feito por uma pessoa física ou jurídica que injeta seu capital próprio em uma startup com potencial de crescimento; porém, além da verba aplicada, o investidor também pode agregar, auxiliando o negócio em determinadas decisões estratégicas. Por outro lado, o seed money (também chamado de “capital semente”) é um aporte que costuma ser feito por um grupo de investidores com o intuito de garantir um valor à startup, mas diminuindo o risco individual. Já o private equity, por sua vez, é um tipo de investimento para negócios em um estágio mais maduro. Nesse tipo de aporte, o empreendedor da startup abre mão de parte da empresa e, assim, permite que investidores sejam ativos no gerenciamento da companhia. Em contrapartida, esse tipo de operação pode trabalhar com valores bem robustos.

E por fim — mas não menos importante — estão as aceleradoras e a modalidade de venture capital. Esse primeiro modelo de aporte é realizado por companhias já consolidadas, responsáveis por fazer rodadas de investimento com foco em startups. Entretanto, além do auxílio financeiro, as aceleradoras costumam contribuir por meio de mentorias e redes de contatos, com a ideia de apoiar de maneira mais abrangente o desenvolvimento da startup. Para tanto, é exigida uma participação acionária. O venture capital, também conhecido como “capital de risco”, é um modelo de investimento em que o foco está nas startups de pequeno e médio porte. Em geral, esse tipo de aporte é realizado para que a startup consiga aperfeiçoar seus produtos e serviços, e, devido ao risco do investimento, o capital é arrecadado em rodadas distintas, com progressão conforme o desenvolvimento e maturidade do negócio.

Apesar de os investimentos descritos anteriormente serem relevantes e poderem ser explorados em diferentes segmentos e fases das startups, também existem outras alternativas de captação para que esses negócios cresçam de forma saudável. Uma delas é o equity crowdfunding, uma modalidade de captação regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e bastante recomendada para startups em estágio inicial. Nesse modelo de investimento, é realizado um financiamento coletivo e diversas pessoas podem participar do projeto. Como contrapartida, os investidores adquirem uma participação societária do negócio. De acordo com dados divulgados recentemente pela CVM, a arrecadação de capital via esse recurso cresceu 61% em 2022, visto que passou de R$ 130 milhões (2021) para R$ 210 milhões.

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Há também a possibilidade de as startups iniciantes buscarem investimentos por meio das incubadoras. Dentro desse modelo, é possível que o negócio crie um networking com potenciais investidores, maior conhecimento de tecnologias para o setor em que a startup atua, além de maiores facilidades em investimentos e injeções de capital posteriormente. Algumas startups recorrem também ao financiamento com token, adequado para companhias de tecnologia blockchain. Nesse campo para investimento, as startups podem receber ofertas de aportes descentralizados como alternativas promissoras na captação de recursos.

De acordo com números recentes da plataforma Distrito, as startups brasileiras receberam US$ 21,9 bilhões (cerca de R$ 108,4 bilhões) em investimentos de 2019 até 2023. O valor robusto mostra que o país é um celeiro de muitas oportunidades para criação e desenvolvimento de ideias inovadoras — qualidade fundamental das startups. O cenário de investimento nesses negócios baseados em tecnologia tende a seguir animador no país, visto que cada vez mais empresas disruptivas surgem e as modalidades de aporte aumentam cada vez mais, combinando oportunidades de crescimento e um desenvolvimento saudável.

Cadu Guerra é CEO e fundador da Allu.

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