Ouro está em alta como investimento

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A crise econômica fez submergir novas modalidades de investimentos. Para os especialistas da casa de análises Capital Research, o ouro está na moda. “Com a crise econômica decorrente da pandemia de Covid-19, investidores ao redor do mundo correram à segurança da commodity. Como resultado, o ouro já acumula alta de 29% no ano e rompeu, recentemente, a barreira histórica dos US$ 2 mil por onça, enquanto os mercados acionários americano e brasileiro registram crescimento de 0,8% e queda de 9,2%, respectivamente”, exemplifica Rafael Amaral, analista responsável pela área de fundos da Capital Research.

A casa de análises pertence ao grupo Red Ventures, que conta com um portfólio de empresas digitais nas indústrias de educação, saúde, home service e serviços financeiros. Para elucidar se o ouro é um bom investimento para todos os perfis de investidor, a casa de análises, que é a primeira 100% gratuita do Brasil, lançou dois relatórios sobre a temática.

Para o analista, entre os fatores que tornam o ouro uma boa opção de investimento estão “o atual ambiente de elevado risco e incertezas, somado ao baixo custo de oportunidade – traduzido por taxas de juros baixas ao redor do mundo -,além do enfraquecimento da moeda fiduciária e do fato de que o ouro já se mostrou um importante aliado do portfólio em tempos de inflação alta.” Para Amaral, portanto, os investidores tendem a usar mais o ouro – nem tanto o dólar – como forma de proteção para cenários de desvalorizações do real e de aumento da inflação no Brasil.

O analista-chefe da casa, Samuel Torres, porém, faz um alerta em um dos relatórios sobre o tema. O especialista explica que existem duas formas de investir em ouro: mantendo uma posição constante em carteira para que o investidor se proteja de eventuais crises ou tentando fazer market timing, ou seja, vendendo parte da carteira para comprar ouro no momento que acredita ser mais oportuno.

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No primeiro caso, ao analisar a correlação entre o ouro, o dólar e o retorno total de várias carteiras de investimento ao longos das últimas crises, o especialista afirma que “há evidências suficientes para acreditar que não vale a pena investir em ouro com cotação em dólares (sem variação cambial), uma vez que adicionando a valorização do dólar em relação ao real o investidor aumenta o retorno esperado”.

Já entre as outras opções possíveis, o analista afirma que “não existe conclusão óbvia de qual o melhor portfólio. Adicionar ouro em reais à carteira melhora a relação retorno/risco, em detrimento do retorno total da carteira.” Por esse motivo, Torres afirma que “manter constantemente uma posição em ouro (em R$) no portfólio de ações é mais indicado para aqueles mais preocupados com as perdas temporárias do que com os retornos, já que, no longo prazo, as diferenças tendem a ser pequenas.”

Já no caso daqueles que tentam acertar o momento de comprar ouro antes de uma crise, o analista explica que “claramente, quem consegue antever quando acontecerá uma queda expressiva e compra ouro em reais apenas nesse momento tende a obter um result, entado muito superior. No entanto, se o investidor tentar fazer market timing e não acertar o momento de comprar ouro, o resultado pode ser pior do que se não tivesse feito nada.”

 

Fundos

 

Seja por um motivo ou por outro, o relatório de Rafael Amaral traz uma lista de fundos de investimento que têm como objetivo fornecer aos seus cotistas uma exposição a esses ativos. “Aqui no Brasil, investidores podem alocar em ouro por meio dos fundos multimercados de estratégias específicas. Mas é necessário atenção.

Pelo fato de todos os fundos terem exposição à mesma commodity, a recomendação é que se busque investir nos que possuem as menores taxas, para não comprometer a rentabilidade desnecessariamente, como por exemplo o BTG Pactual Ouro FIM, que cobra taxa máxima de apenas 0,10%”, afirma Amaral.

 

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