O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), disse que a segurança pública não é um problema olímpico, embora, seja o principal problema do Rio há muito tempo. Apesar de ter feito críticas, no sábado, à gestão do governo estadual, que levou o estado à crise econômica e a buscar apoio financeiro na União e na prefeitura, ontem, Paes disse que o Rio passa por um momento ruim, mas confia no governo do estado e continuará trabalhando em parceria com o Executivo fluminense.
– Eu fiz uma reclamação no último sábado com relação à postura e procedimento, mas nós vamos trabalhar aqui em parceria – disse, após apresentar à imprensa a via expressa Transolímpica: “não sou analista de gestão e nem de política, mas está na hora de olhar para frente. Está na hora de enfrentar os problemas”.
Paes disse que tem muita confiança na capacidade do governador em exercício, Francisco Dornelles (PMDB), e do secretário de Estado de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, de superarem os desafios na área da segurança.
– Os índices melhoraram de quando o Rio ganhou a candidatura até hoje. O número de assassinatos e de homicídios por 100 mil pessoas caiu quase a metade de 2008, 2009, para cá, mas tem que avançar mais. Tem que melhorar. Tem que cobrar. Espero que a situação do estado se normalize, não pela Olimpíada, mas pela população, pela cidade – disse.
A Transolímpica, que liga Deodoro ao Recreio dos Bandeirantes, ambos na Zona Oeste, tem 26 km de extensão, dois túneis com duas pistas para carros e uma faixa exclusiva de Bus Rapid Transit (BRT). Quando estiver em operação vai ser possível fazer a conexão com as vias expressas Transoeste e Transcarioca e, no ano que vem, com mais uma ligação com a inauguração da Transbrasil.
– A gente tem a expectativa de que essa é uma mudança transformadora nesta parte da cidade. O Rio tem dois maciços: o da Tijuca e o da Pedra Branca, este na Zona Oeste, quase metade do território e 2/5 da população da cidade”, disse. Para Paes, é uma contestação “àqueles que ficam com esta baboseira de dizer que as Olimpíadas do Rio não são legado para as pessoas mais pobres da cidade.
Os usuários da via vão precisar esperar, porque da inauguração no próximo sábado, até o fim dos Jogos Olímpicos, no dia 21 de agosto, só vão rodar nas pistas os carros credenciados da chamada família olímpica e o BRT para quem tiver o Rio Card Jogos Rio 2016, ou seja, aqueles que estiverem indo para os locais de competição.
O BRT e a via serão abertos totalmente à população no dia 22 de agosto. Segundo o prefeito, esta foi uma estratégia de trânsito para o deslocamento de cerca de 75% dos atletas que se dará da Vila dos Atletas para o Parque Olímpico da Barra ou para Deodoro.
– A gente vai ter uma conexão muito rápida evitando exagero de faixas olímpicas, que é sempre um problema para todas as Olimpíadas. A gente vai permitir um deslocamento muito rápido dos atletas, da família olímpica e dos espectadores de um lugar para outro.
O prefeito não acredita que haverá superlotação nas estações durante a Olimpíada, porque neste período será atendido apenas o público olímpico e, além disso, há os terminais incluídos no trajeto entre o Recreio e Deodoro.
– São três grandes terminais mais as estações, então não tem o menor risco de superlotação. Ao contrário, durante as Olimpíadas, de certa forma, vai ter até uma capacidade ociosa, mas a gente entendeu, por bem, dedicar este equipamento para as Olimpíadas inicialmente – disse.
Justiça proíbe prefeitura do Rio de reconstruir ciclovia e interdita todo trecho
A Justiça Federal proibiu a prefeitura do Rio de reconstruir trecho da Ciclovia Tim Maia que desabou e ainda mandou interditar toda a via, até a realização do licenciamento ambiental. A decisão, divulgada nesta segunda-feira, foi da juíza Maria do Carmo Freitas Ribeiro, da 19ª Vara Federal, atendendo pedido de liminar do Ministério Público Federal (MPF).
A magistrada impôs ainda, caso haja descumprimento da ordem pela prefeitura do Rio, multa diária no valor de R$ 100 mil. Ela também mandou interditar toda a ciclovia, que liga Ipanema a São Conrado, ao longo da orla.
“Defiro integralmente a liminar requerida pelo Ministério Público Federal para determinar ao réu município do Rio de Janeiro que se abstenha de reconstruir a ciclovia Tim Maia entre os pilares 48 e 49, local onde se deu o colapso do tabuleiro de concreto, interrompendo imediatamente as aludidas obras, bem como para que se abstenha de permitir a utilização de qualquer trecho da ciclovia e, portanto, determine a sua interdição, até que o licenciamento ambiental, ora denominado corretivo, seja realizado, nos moldes do item 9, sob pena de multa não inferior a R$ 100 mil por dia, a partir do descumprimento.”
O trecho da ciclovia desabou no dia 21 de abril, atingido por uma forte onda, matando duas pessoas que passavam no momento. Ela havia sido inaugurada três meses antes, em 17 de janeiro, a um custo de R$ 44 milhões.
Fórum promoverá assinatura de PPPs “em prol da sustentabilidade da cidade”< b>
Nos dias 13 e 14 de julho, o Rio será palco da assinatura de pelo menos seis acordos público-privados, entre diferentes setores da sociedade, visando ações em prol do desenvolvimento sustentável do município. A costura será alinhavada na Associação Comercial (ACRJ), durante o I Fórum de Sustentabilidade do Rio, promovido pela Cariocas em Ação, gestora do Pacto do Rio.
O Pacto é um movimento criado há pouco mais de um ano para promover e monitorar o desenvolvimento sustentável da Região Metropolitana do Rio e elege a desigualdade sócio econômica como o maior fator de risco para o desenvolvimento da região e seu entorno. Com base nessa premissa, cada um dos seis temas a serem tratados no evento – Informação para transformação, mercado de capitais e empreendedorismo, organismos internacionais, favelas, uma nova economia e gestão metropolitana – culminará em um acordo entre instituições públicas, privadas, terceiro setor e universidades e o Pacto do Rio. Segundo Eduarda La Rocque, presidente da Cariocas em Ação e fundadora do Pacto, os acordos tratarão de questões complexas da cidade, com metas a serem cumpridas.
– Somente a cooperação entre setores como uma nova forma de governança pode dar conta dos grandes desafios contemporâneos, como a desigualdade social e a violência, na maioria das vezes problemas oriundos de um modelo fundado em oposições e não de acordos. Acreditamos que o sucesso dos esforços para reduzir as desigualdades depende muito da cooperação entre os diversos setores. Vamos sair deste evento com compromissos assinados, que não vão ficar restritos a intenções listadas em um papel. Vamos colocar em prática – disse Eduarda.
O Fórum vai reunir especialistas de instituições internacionais, academia, empresas e autoridades públicas. São sete painéis com mais de 40 palestrantes. Neste primeiro Fórum, todos os acordos assinados servirão de base para a criação do Centro de Resiliência Metropolitano, a ser inaugurado pelo Pacto até dezembro do ano que vem. Com a ajuda de parceiros, o Centro irá criar indicadores para medir a eficiência dos acordos e contará com o apoio da população para acompanhar os projetos. Ao mesmo tempo, o Centro funcionará como um ponto de encontro para todos os que participam da gestão do Pacto – órgãos públicos, centros de pesquisa, população, terceiro setor, parceiros privados e organismos internacionais – e como um repositório de informações sobre a cidade.
Segundo Viviane Mosé, co-fundadora do Pacto, com essa primeira leva de informações, o grupo apresentará, em março de 2017, o Plano de Resiliência Metropolitano, com propostas de novas ações para a cidade.
– O Pacto do Rio é uma rede entre redes, uma convergência de forças em torno de um objetivo comum: uma cidade mais segura para todos – disse ela.
Com informações da Agência Brasil