Levantameto da fintech de micro investimentos Grão buscou saber como a mudança de hábitos provocada pelo isolamento social na pandemia de coronavírus mudou as despesas mensais do brasileiro. Os dados mais significativos levantados entre 6 e 28 de maio foram que 70% dos entrevistados estão economizando e 32% teve a sua renda reduzida em até 25%.
Como era de se esperar, as diminuições de gastos mais significativas foram com lazer, os entrevistados estão gastando 64% menos nesse segmento, transporte, em que a redução foi de 59%, além de beleza e cuidados pessoais, que diminuiu 55%. O que aumentou: a alimentação representa 39% a mais nas despesas mensais dos entrevistados, e moradia, 23%. Um ponto de atenção especial são os gastos com saúde, que aumentaram 23%.
Foram avaliadas as seguintes despesas: moradia (aluguel, luz, água, gás, condomínio, etc), alimentação (supermercado, delivery, restaurante), saúde (plano de saúde, médico, remédio, etc), transporte (carro, ônibus, uber, táxi, etc) lazer (passeios, viagem, etc), beleza e cuidados pessoais (salão de beleza, academia, cosméticos).
Outra pesquisa, elaborada pela consultoria especializada em alimentação fora do lar, Galunion, em parceria com a Qualibest, aponta novos hábitos do consumidor no período pós-pandemia.
Considerando o efeito na renda entre as classes AB no Sudeste contra o total do Brasil, 43% renda diminuiu na região x 40% do Brasil; 35% renda se mantém inalterada contra 32% do Brasil; 18% está sem renda contra 26% do Brasil; e 4% renda aumentou, contra 2% do Brasil.
Nos hábitos alimentares, os mais significativos são que 22% nas classes AB no Sudeste passaram a pedir entrega de compra de supermercado; no resto do país, 17% não faziam e passaram a fazer. Hoje 78% do AB Sudeste pedem entrega de comida pronta em casa: no Brasil, passou a 68%.
Quando a pergunta é sobre comprar comida preparada fora de casa (seja em padaria/restaurante/supermercado): total de 62% versus 55% Brasil todo.
Nas culinárias, o ranking AB Sudeste, as cinco principais são: pizza, 75%; hambúrguer, 61%; sanduíches, 51%; comida brasileira, 41%; e massas (excluindo pizza), 38%
No delivery, de diferença, o que chama atenção é que 61% já deixou de comprar no delivery de um restaurante porque a embalagem veio com problema (falta de lacre, comida desarrumada, vazando) contra 51% no Brasil todo.
Sobre o comportamento pós-pandemia, No que sentem falta durante o isolamento social, Classes ABSudeste o item "falta de comer meu prato favorito nos restaurantes que costumo frequentar" subiu de 67% das pessoas para 73% e atingiu a terceira posição.
Também 66% AB Sudeste x 69% Brasil não acreditam que as outras pessoas vão agir com responsabilidade quando forem frequentar bares ou restaurantes, sem estar doentes ou com sintomas; e 84% pretendem voltar a comer fora de casa x 79% restante (9% x 12% não comia fora).
Durante a pandemia, 97% dos respondentes passaram a cozinhar em casa ou aumentaram a frequência com que faziam isso; 51% já deixou o delivery de um restaurante por problemas na embalagem (sem lacre ou com vazamentos); e 21% pretendem manter o habito do delivery no pós-pandemia.
Para os jovens, em especial, outros aspectos também são muito importantes: solidariedade das marcas (53%), promoção (43%) e "mimos" entregues junto com o pedido (40%).
Ao mesmo tempo que 79% dos respondentes pretendem voltar a fazer refeições fora de casa depois que tudo isso passar, 69% não acreditam que os frequentadores irão respeitar os novos códigos de comportamento
83% dos entrevistados frequentam restaurantes self-service. No pós-pandemia, esperam dos estabelecimentos adaptações como luvas descartáveis e álcool em gel (39%), porções pré-porcionadas (20%) e também cogitam a possibilidade de um atendente auxiliar na composição do prato (26%).