Pânico na Faria Lima: chance de superávit primário em 2024?

Ex-diretor do IFI fala em déficit primário de -0,2%, ou seja, governo teria alcançado superávit primário em 2024

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Avenida Brigadeiro Faria Lima
Avenida Brigadeiro Faria Lima (foto de Marcos Santos, USP Imagens)

Aos prestigiados leitores que questionaram a coluna “Déficit de 0,1%: crise fiscal é ficção”, este escriba deve dizer que tinham razão. O percentual do déficit primário estimado para 2024 estava errado; só que para mais. O insuspeito economista Felipe Salto, que foi diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, em artigo publicado no UOL nesta segunda-feira, calcula que o Governo Federal deve ter fechado 2024 em 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB, indicado da economia de um país). Só que, como prevê a legislação, os gastos extraordinários de combate aos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul devem ser retirados da conta. Salto chega assim ao percentual de -0,2%. Ou seja, se os números oficiais que serão divulgados pelo Banco Central (BC) no final deste mês confirmarem, o governo terá alcançado superávit primário.

De qualquer forma, muito longe do déficit de 0,8% estimado pelo mercado financeiro no início de 2024. Além disso, não justifica a reação histérica do mercado no final do ano passado: mesmo levando em conta o valor “cheio” (sem descontar o Rio Grande do Sul), o déficit seria metade do esperado no início do ano – e ninguém da Faria Lima demonstrou desespero na ocasião.

Carlos Pinkusfeld Bastos (foto divulgação Comsefaz)
Carlos Pinkusfeld Bastos

Desenvolvimento e financiamento

O Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento (Cicef) lança o livro Seminários sobre Desenvolvimento e Financiamento, organizado por Carlos Pinkusfeld Bastos, diretor-presidente do Cicef. O livro as contribuições dos economistas Gustavo Britto (UFMG), João Romero (UFMG), Victor Leonardo Araújo (UFF) e Manoel Pires (FGV), que ministraram os módulos do curso durante o 52º Encontro Nacional de Economia da Anpec, em Natal.

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Os seminários abordam temas fundamentais para o desenvolvimento econômico do Brasil, aprofundando o debate sobre financiamento e investimento sob diferentes perspectivas. A obra contou com o patrocínio do BNDES e apoio do Governo Federal.

Entre os assuntos abordados estão a análise das políticas de desenvolvimento e seus impactos na economia brasileira, as estratégias de financiamento para projetos de infraestrutura e inovação, o papel do Estado e das instituições financeiras no processo de desenvolvimento, bem como os desafios e oportunidades para o crescimento sustentável no contexto atual.

O livro está disponível para download gratuito aqui.

Milei sem filtro

Carros argentinos estão circulando pelo Sul do Brasil com placas de papel. É a motosserra de Milei na prática: sem recursos, a Casa da Moeda de lá não conseguiu fabricar as placas.

Rápidas

A Preâmbulo Tech, empresa de soluções tecnológicas para o setor jurídico, passou da informatização básica para a automação e, agora, a inteligência artificial. No fim do 3º trimestre de 2024, lançou a Preâmbulo Legium, assistentes de IA para escritórios de advocacia *** A Accountfy, plataforma de gestão financeira, promoveu Aline Silveira ao cargo de Chief Revenue Officer (CRO) *** A executiva Carmem Alves lança no dia 19, às 16h, na Livraria Argumento no Leblon, o livro Lágrimas do Sol (Helvetia Editions), onde narra sua jornada de vida, cura e superação de um câncer raro e “incurável” *** Depois de Machado de Assis, chegou a vez de Mario de Andrade brilhar nos Estados Unidos. Professora titular sênior em Estudos de Tradução, Linguística e Literatura Portuguesa e Brasileira na Sapienza Universidade de Roma, Sonia Netto Salomão abordará o tópico “Filosofia das pedras: a natureza em Macunaíma entre mito, história e ficção”, nesta terça-feira, no congresso Natureza e Narrativa: abordagens sobre a paisagem do Brasil, na Universidade da Califórnia (Santa Bárbara).

1 COMENTÁRIO

  1. Caro Marcos,

    Agradeço pelo menção. Mas, na verdade, o cálculo é déficit de 0,4% do PIB em 2024. Sem os gastos com o Rio Grande do Sul, calculo déficit de 0,2% do PIB (e não superávit).

    Grato,

    Felipe Salto

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