Para 94,7% das mulheres, licença-maternidade ainda é vista de forma negativa

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Carteira de trabalho (Foto: ABr/arquivo)
Carteira de trabalho (Foto: ABr/arquivo)

Direito laboral disponível em praticamente todos os países, a licença-maternidade ainda é tabu em empresas e filhos um tópico recorrente durante as entrevistas de emprego de mulheres. Pesquisa do Infojobs mostrou que 94,7% das mulheres acreditam que o tema é visto de forma negativa no mercado de trabalho.

A licença-maternidade consiste no afastamento de 120 dias, sem prejuízo do emprego e do salário para a colaboradora. “Infelizmente, ainda há uma crença de que a mulher pode deixar o emprego para cuidar dos filhos, especialmente pela falta de rede de apoio e a questão é trabalhada de maneira errada, o que impacta a empregabilidade feminina”, comentou Ana Paula Prado, CEO do Infojobs.

A dupla jornada é uma realidade para 89,7% das mulheres, que conciliam a carreira com a realização de atividades domésticas ou cuidado com os filhos. Destas, 48,7% não contam com uma rede de apoio ou ajuda de parceiros.

A mesma pesquisa mostrou que, para mulheres, conquistar uma oportunidade é o maior desafio, seguido de obter reconhecimento e crescimento profissional quando empregadas (26,3%). O machismo presente na cultura das empresas também interfere no dia a dia de 20,7%.

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Nos processos seletivos, 61,9% dizem que já enfrentaram situações invasivas, onde o foco não era apenas suas habilidades profissionais. Neste cenário, 78,4% das participantes acreditam que já perderam alguma oportunidade por ser mulher.

Empresas que têm como prioridade permitir que as mulheres exerçam a posição de cuidadoras ao mesmo tempo que desenvolvem suas carreiras devem criar políticas inclusivas. Além da licença-maternidade remunerada, alguns outros pontos têm que ser levados em consideração, a começar pelo momento do retorno ao trabalho.

“Após um afastamento longo, a profissional precisa de apoio para retomar as atividades. Uma tendência é o oferecimento de mentorias e programas de desenvolvimento. Além disso, empresas empáticas podem oferecer suporte à amamentação e até creche no local, o que permite que trabalhem com mais tranquilidade, sabendo que os filhos estão bem cuidados”, esclarece Ana Paula.

Pesquisa realizada pelo Infojobs em março de 2023, com a participação de 879 pessoas que se identificam com o gênero feminino, de 18 a 60 anos.

Já de acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas, após 24 meses, quase metade das mulheres que tiram licença-maternidade não está mais presente no mercado de trabalho, padrão que se repete até mesmo 47 meses depois. No levantamento, foi concluído que, dentre 247 mil mães, 50% foram demitidas após, aproximadamente, dois anos da licença-maternidade. De acordo com a Lei 14.020, as mulheres devem ter estabilidade de emprego desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.

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