as Abamec para São Paulo, os fundadores deveriam ser consultados. Poucos sabem que no final da década de 60, o departamento técnico da Bolsa do Rio recebeu o apoio da direção da entidade para criar mecanismos que pudessem fortalecer o mercado de ações que estava começando a ser organizado. Naquele ocasião, Ronaldo Nobre recebeu a incumbência de ir aos Estado Unidos para observar, analisar e trazer os estatutos da associação norte-americana dos analistas do mercado de capitais, que por sinal é uma instituição fortíssima.
Ao retornar, Ronaldo recebeu ordens para desenvolver o projeto Ibmec, ficando para Wilson Cardoso a tarefa de tocar a Abamec.
O mercado de ações teve súbito crescimento no início dos anos 70 e muitos que trabalhavam no setor se tornaram membros da Abamec. Nos anos seguintes, com a queda nas cotações, os investidores se afastaram, muitos abandonaram a associação, que apesar do cenário desfavorável continuou crescendo. Agora, no momento em que o mercado brasileiro está sendo esvaziado devido ao elevado custo da CPMF e da absurda resolução do Conselho Monetário Nacional que obriga as fundações a aplicarem somente nas ações de grande liquidez, abandonando completamente as segundas e terceiras linhas, o momento deve ser de união.
O regionalismo deve ser abandonado. O importante é pressionar a Comissão de Valores Mobiliários a aprovar e regulamentar a função de analista de mercado de capitais. Aliás, esse é o projeto que mais tempo dorme nas gavetas do colegiado do órgão. Não se sabe quais os motivos que levam as autoridades a não se preocupar com tal tipo de carreira. No momento, o que se observa é que, instituições estrangeiras fazem analises de acordo com os seus interesses e os responsáveis por tais “estudos” não podem sofrer a mínima punição, de vez que não são obrigados a seguir um código de ética.
A maioria dos analistas considera que o R$ 1,62 bilhão pago pelo Itaú, ou seja com ágio de 303%, pelo Banestado foi exageradamente elevado do ponto de vista econômico-financeiro pelo seguinte motivo: o Banco do Estado do Paraná foi todo saneado com o dinheiro do contribuinte; possui rede de agências pequena fora, mas relativamente grande no estado, mas a quantidade de clientes assim como a carteira de aplicações é pequena. Do ponto de vista político, no entanto, o custo foi relativamente baixo pela seguinte razão: se o Unibanco fosse o vencedor no leilão, seus ativos totalizariam R$ 52,4 bilhões e ameaçaria a segunda posição do Itaú no ranking nacional, que possui R$ 54,2 bilhões. Devido a isso, foi acirrada a disputa entre as duas instituições e o último lance do Unibanco foi R$ 54,2 bilhões.
Muitos analistas acreditam que o Itaú terá retorno demorado com tal aquisição, mesmo que o Banestado se transforme em parte importante da expansão do grupo na região sul e no Mercosul . Por uma modelagem fundamentalista, baseada em preços de valor patrimonial, clientes e retorno sobre ativos, para o retorno do investimento ser mais rápido, o preço pago deveria se situar entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão.













