Para Bolsa dos EUA, Eletrobras aponta riscos da privatização

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Torre elétrica de Itaipu (Foto: Alexandre Marchetti)
Torre elétrica de Itaipu (Foto: Alexandre Marchetti)

A Eletrobras, que tem ações listadas na bolsa de Nova York, publicou em 10 de maio o relatório padronizado obrigatório, que contém informações que não foram reveladas a seus acionistas brasileiros e à população em geral.

O levantamento feito pela Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras (Aesel) aponta que, ao citar a privatização, objeto da Medida Provisória 1.031/2021, a estatal admite que não pode prever os impactos operacionais e financeiros do projeto.

No caso da privatização, seguida da descotização de suas usinas (mecanismo que elevará o preço para o consumidor), a companhia deixará de receber as receitas da GAG Melhoria, o que afetará adversamente o fluxo de caixa, condições financeiras e resultados de suas operações, segundo o relatório.

A Eletrobras ressalta que o fato de as subsidiárias Itaipu e Eletronuclear serem segregadas da empresa privatizada “causaria perdas dos ativos e da geração de 9.000 MW, podendo resultar na inadimplência de vários financiamentos junto aos seus [da empresa] credores”.

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Por fim, o relatório 20-F aos acionistas estrangeiros afirma não poder garantir que os termos apresentados de renovação sejam atrativos para a empresa e que a privatização pode resultar em um menor suporte do governo à companhia. Sem contar a possibilidade de aumento dos custos de capital de terceiros pelo fato da União deter menos de 50% das ações, o que caracterizaria possibilidade de inadimplência.

“O que nos chama atenção é o fato das autoridades brasileiras esconderem propositadamente tais informações do Parlamento e da população brasileira, já que as preocupações expostas à SEC [CVM dos Estados Unidos] jamais foram levadas à sociedade e ao parlamento brasileiro”, destaca a Aesel.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pretende votar a MP nesta quarta-feira.

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