Para combater Putin, adeus livre mercado

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Vladimir Putin
Vladimir Putin (foto de Denis Balibouse/Ag. Xinhua)

A proposta de estabelecer um teto para o preço do petróleo e do gás russos é talvez a mais emblemática no conjunto de medidas que Estados Unidos e seguidores tramam para enfraquecer a Rússia – mas que acabam saindo pela culatra, ou melhor, mais um tiro no pé.

A ideia foi debatida na reunião do G7, o clube da elite capitalista, e ainda não foi à frente por falta de consenso, sendo enviada para análise de grupo técnico – o que significa ganhar tempo.

Um dos aspectos mais pitorescos da proposta é mandar às favas o discurso do livre mercado, em nome de combater o “totalitarismo” de Putin – apesar de um dos defensores do teto ser Mario Draghi, primeiro-ministro da Itália e ex-presidente do nada heterodoxo Banco Central Europeu (BCE).

O teto seria estabelecido via mercado segurador, e revela-se que 90% dos seguros de carregamento de petróleo mundial são feitos na City londrina. Viria daí uma primeira resistência; afinal, inimigos, inimigos, negócios à parte. Quanto maior o preço da mercadoria, maior o prêmio (valor) do seguro.

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A proposta também deixaria com um pé atrás aliados como Arábia Saudita, que não ficaria satisfeita ao ver o poder dos produtores ser minado. Por fim, daria mais um motivo a Putin para destinar a produção para a Ásia (China e Índia, principalmente) e reduzir as entregas na Europa. E todos sabem: produto em falta, preço em alta.

Enfim, tem tudo para não ir adiante.

 

Memória

O Globo conseguiu publicar uma página inteira sobre deficiências e fraudes no processo de votação tradicional, em cédulas, sem citar o Caso Proconsult, tentativa de manipular as eleições de 82 para impedir a vitória de Brizola e entregar o governo do Rio de Janeiro a um candidato preferido pelas forças que apoiavam a ditadura.

O esquema foi desmontado pela equipe de reportagem da rádio Jornal do Brasil (da qual fazia parte Randolpho de Souza, hoje na equipe do Monitor Mercantil).

O “esquecimento” global talvez tenha relação com a máxima de que não se fala de corda em casa de enforcado.

 

Governança até a página 3

A retomada na sanha de vender refinarias da Petrobras, em um momento de falta de combustíveis no mundo, deveria motivar os ciosos acionistas estrangeiros da estatal, que tanto defendem a governança da empresa, a entrar com reclamação na SEC. Alguém acredita?

 

Rápidas

Nós e o Eléctrico, o Eléctrico e Nós é a nova exposição de Cocco Barçante, em Lisboa, que comemora 45 anos de carreira do artista. A abertura será nesta quinta *** A Câmara da Indústria de Energia, Petróleo e Gás da Fiemg realizará nesta quarta-feira, às 14h, debate sobre a Resolução Normativa 1.000/2021, da Aneel. Inscrições aqui *** Nesta quarta-feira, às 18h, acontecerá o Levanta! Ao Vivo, no Teatro Solar de Botafogo, com shows de Ananda Jacques, Gustavo Deppe e Lucca Fortuna *** O Lecadô inaugura essa semana quiosques nos shoppings Boulevard Rio (Vila Isabel) e Smart Campo Grande; em agosto, será a vez do Recreio Shopping. A rede de docerias passará a contar com 44 unidades no Rio de Janeiro *** Em defesa da diversidade cultural, étnica, biológica, social, sexual e contra o preconceito, amigos lançam o movimento “Famílias da Diversidade”, neste sábado, às 14h, no Grua Retífica Bar (RJ 130, 251, Duas Pedras), em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio *** A equipe do escritório LP Law foi reconhecida pela publicação internacional Chambers and Partners por sua atuação no setor de Shipping. O sócio-fundador da banca, Alessander Lopes Pinto, recebeu reconhecimento como liderança individual na mesma categoria *** O Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) manifestou profundo pesar pela perda de Condorcet Pereira de Rezende, ocorrida nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, aos 91 anos. Professor, sócio-fundador do Ulhôa Canto Advogados, era um dos expoentes do Direito Tributário e Societário.

 

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