Para manter alta do PIB é preciso reduzir os juros

PIB chega a R$ 11,7 bilhões. Inflação dá sinais de acomodação, e supermercados defendem redução no ritmo de alta dos juros

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Varejo comércio loja de roupas popular na Saara, RJ
Varejo comércio loja de roupas popular na Saara, RJ (Foto: ABr/arquivo)

O Produto Interno Bruto (PIB, indicador da economia de um país) teve crescimento de 3,4% em 2024, a maior alta desde 2021. No acumulado do ano, o PIB em valores correntes totalizou R$ 11.744,7 bilhões. O PIB per capita foi de R$ 55.247,45, aumento de 3% em termos reais.

No quarto trimestre do ano, a economia brasileira cresceu 0,2% em comparação ao terceiro trimestre, considerando a série com ajuste sazonal (leva em conta dias úteis de cada período, por exemplo). Os dados são do IBGE.

Após a divulgação do resultado do PIB de 2024, a Associação Paulista de Supermercados (Apas) revisou suas projeções de crescimento da economia brasileira para 2025, projetando alta de 2,3%. Em relação à inflação, a entidade espera uma acomodação, de modo tal que o IPCA encerre o ano dentro das bandas de flutuação estipulada pelo Comitê Monetário Nacional (CMN).

“Diante disso, a Apas entende que, mesmo com o viés de alta da taxa Selic projetado pelo mercado (encerrando o ano em 15% ao ano), há espaço para que o Copom reduza o ritmo de alta da taxa de juros”, defendeu a entidade paulista em comunicado.

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Por sua vez, o presidente da Federação dos Bancos (Febraban), Isaac Sidney, reconheceu que os dados mais recentes, incluindo o quarto trimestre de 2024, mostram “sinais mais claros de acomodação da atividade econômica”, resultado do forte aperto monetário, com a Selic se mantendo elevada “para conter a dinâmica ainda desafiadora da inflação”.

Em nota, a Febraban admitiu que as modestas previsões para a economia brasileira feitas no começo do ano passado por analistas e agentes econômicos não se confirmaram, com a forte expansão de 3,4% no ano, “mantendo, assim, a economia com um nível de crescimento acima da faixa de 3% pelo quarto ano seguido, ou seja, desde a retomada pós-pandemia em 2021”.

Isaac Sidney vê a inflação ainda fora da meta e espera uma desaceleração gradual da economia em 2025, com crescimento estimado na faixa de 2% a 2,5%. “Em se confirmando esta trajetória, temos grande chance de obter uma espécie de pouso suave, com recuo gradual da atividade, o que permitiria, de um lado, o controle da inflação e a reancoragem das expectativas inflacionárias e, de outro, quem sabe, uma composição mais saudável do PIB numa perspectiva de longo prazo, com novos avanços nos investimentos.”

O crescimento do Brasil ficou entre os maiores registrados entre as economias mais relevantes, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Brasil aparece em quinto, atrás apenas de China, Costa Rica, Rússia e Dinamarca, e à frente de Espanha, Turquia, Polônia, Estados Unidos, Lituânia, Noruega e Coreia do Sul.

“PIB crescendo é mais emprego e renda na mão dos brasileiros e das brasileiras; 2025 é o ano da colheita”, postou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas redes sociais.

“Agora é seguir avançando, combatendo a inflação para baratear o preço dos alimentos”, afirmou a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.

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