Beijing, 23 mai (Xinhua) — Acompanhando o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em sua recente visita à China, estava uma importante delegação representando o setor agrícola do Brasil. Essa grande presença do agronegócio não foi surpreendente.
Segundo uma reportagem recente do China Daily, a China é o maior importador de alimentos do mundo, e o Brasil é seu principal fornecedor, respondendo por 25% de todos os produtos agrícolas importados pelo país.
Embora seja líder na importação de alimentos, a China também é um grande produtor de grãos, especialmente trigo, milho e arroz. Devido a limitações na disponibilidade de terra arável e água, a China produz relativamente menos quantidade de soja, dependendo, portanto, em grande parte, de importações.
O Brasil se tornou um parceiro estratégico nesse contexto, com a soja respondendo por mais de 60% das exportações do agronegócio do país para a China.
Outras exportações importantes incluem carne e celulose, enquanto o milho está ganhando terreno. O sorgo e as leguminosas, como feijão e gergelim, também apresentam grande potencial.
Os laços do agronegócio são complementares e mutuamente benéficos. O Brasil fornece grãos e apoia a crescente demanda do país por proteínas. Enquanto isso, as importações chinesas alimentam o desenvolvimento econômico rural no Brasil.
Ambos os países compartilham o desafio de alimentar populações em crescimento de forma sustentável. O aumento da disponibilidade de alimentos é uma prioridade para a China, conforme descrito em seu atual plano quinquenal. Para atingir essa meta e, ao mesmo tempo, preservar os recursos naturais e reduzir o impacto ambiental, são necessárias melhorias na produtividade agrícola. A tecnologia e a biotecnologia são fundamentais nessa jornada.
Entre 1976 e 2024, o Brasil dobrou a área usada para o cultivo de grãos, enquanto a produção total aumentou sete vezes, refletindo um aumento de três vezes na produtividade.
De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, sem os avanços tecnológicos, o Brasil precisaria de mais de 278 milhões de hectares de terras aráveis para produzir o que atualmente consegue com apenas 81,6 milhões de hectares.
A produção brasileira de culturas geneticamente modificadas só perde para os Estados Unidos, com soja, milho, algodão, cana-de-açúcar e eucalipto plantados em 56 milhões de hectares. Na safra de 2022 e 2023, as taxas de adoção atingiram 99% para soja e algodão e 98% para milho.
Acredita-se que a biotecnologia também tenha levado a uma redução na necessidade de pesticidas, o que é fundamental na agricultura tropical. Os dados da Croplife Brasil mostram uma redução no uso de pesticidas de 35% para a soja, 16,2% para o milho de verão, 16,4% para o milho de inverno e 27,5% para o algodão.
Menos uso de pesticidas significa menos consumo de combustível e menos operações de máquinas. Juntamente com os ganhos de eficiência da terra, isso contribui para uma redução de 70,4 milhões de toneladas métricas de emissões de dióxido de carbono, o equivalente ao plantio de 504 milhões de árvores nativas. Essas melhorias fortalecem a sustentabilidade das exportações de soja brasileira para a China. Fim
Leia também:
Mercado cambial chinês registra operações estáveis em maio
Beijing, 18 junho (Xinhua) — O mercado cambial chinês apresentou operações estáveis no maio, com um fluxo líquido positivo de capital transfronteiriço, informou a Administração Estatal de Divisas da China nesta terça-feira. No mês passado, os setores não bancários da China, incluindo empresas e indivíduos, registraram um fluxo líquido positivo de capital transfronteiriço de US$ […]
China criará centro de operação internacional para RMB digital
Shanghai, 18 junho (Xinhua) — O presidente do banco central da China, Pan Gongsheng, disse nesta quarta-feira que o país estabelecerá um centro de operação internacional para o RMB digital. O centro visa promover a internacionalização da moeda digital e o desenvolvimento de serviços do mercado financeiro, ao mesmo tempo em que apoia a inovação […]
Eclusas da Represa das Três Gargantas movimentam 2,2 bilhões de toneladas de carga em 22 anos
Nos últimos 22 anos, pelas eclusas da Represa das Três Gargantas passaram 1 milhão de embarcações, 12,2 milhões de viagens de passageiros e 2,24 bilhões de toneladas de carga.
China relata rápido crescimento de quase 50% no comércio de eletricidade sustentável
O volume de comércio de eletricidade sustentável da China ultrapassou 220 bilhões de quilowatts-hora nos primeiros cinco meses deste ano, marcando um aumento de quase 50% em termos anuais.
Oficinas de patrimônio cultural da China impulsionam vitalização rural e emprego
Beijing, 17 junho (Xinhua) — As oficinas de patrimônio cultural imaterial da China estão provando ser uma força poderosa para a vitalização rural, com mais de 11 mil delas preservando o artesanato tradicional, criando empregos e impulsionando economias locais, mostram dados oficiais. Essas oficinas estão distribuídas em 2.005 regiões de nível distrital, incluindo 670 anteriormente […]
Exportações de comércio eletrônico transfronteiriço da China atingem novo recorde em 2024
Shijiazhuang, 17 junho (Xinhua) — O setor de comércio eletrônico transfronteiriço da China atingiu um marco histórico em 2024, com exportações anuais ultrapassando pela primeira vez os 2 trilhões de yuans (cerca de 278,59 bilhões de dólares americanos), segundo dados da Administração Geral das Alfândegas (AGA). As exportações do setor cresceram 16,9% anualmente totalizando 2,15 […]