Parceria agrícola China-Brasil beneficia a ambos

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Foto de drone mostra agricultores operando máquinas de controle de pragas em um campo de trigo na vila Yumin do distrito de Tongzhou, na cidade de Nantong, Província de Jiangsu, leste da China, em 20 de fevereiro de 2025. (Foto por Zhai Huiyong/Xinhua)
Xinhua - Silk Road

Beijing, 23 mai (Xinhua) — Acompanhando o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em sua recente visita à China, estava uma importante delegação representando o setor agrícola do Brasil. Essa grande presença do agronegócio não foi surpreendente.

Segundo uma reportagem recente do China Daily, a China é o maior importador de alimentos do mundo, e o Brasil é seu principal fornecedor, respondendo por 25% de todos os produtos agrícolas importados pelo país.

Embora seja líder na importação de alimentos, a China também é um grande produtor de grãos, especialmente trigo, milho e arroz. Devido a limitações na disponibilidade de terra arável e água, a China produz relativamente menos quantidade de soja, dependendo, portanto, em grande parte, de importações.

O Brasil se tornou um parceiro estratégico nesse contexto, com a soja respondendo por mais de 60% das exportações do agronegócio do país para a China.

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Outras exportações importantes incluem carne e celulose, enquanto o milho está ganhando terreno. O sorgo e as leguminosas, como feijão e gergelim, também apresentam grande potencial.

Os laços do agronegócio são complementares e mutuamente benéficos. O Brasil fornece grãos e apoia a crescente demanda do país por proteínas. Enquanto isso, as importações chinesas alimentam o desenvolvimento econômico rural no Brasil.

Ambos os países compartilham o desafio de alimentar populações em crescimento de forma sustentável. O aumento da disponibilidade de alimentos é uma prioridade para a China, conforme descrito em seu atual plano quinquenal. Para atingir essa meta e, ao mesmo tempo, preservar os recursos naturais e reduzir o impacto ambiental, são necessárias melhorias na produtividade agrícola. A tecnologia e a biotecnologia são fundamentais nessa jornada.

Entre 1976 e 2024, o Brasil dobrou a área usada para o cultivo de grãos, enquanto a produção total aumentou sete vezes, refletindo um aumento de três vezes na produtividade.

De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, sem os avanços tecnológicos, o Brasil precisaria de mais de 278 milhões de hectares de terras aráveis para produzir o que atualmente consegue com apenas 81,6 milhões de hectares.

A produção brasileira de culturas geneticamente modificadas só perde para os Estados Unidos, com soja, milho, algodão, cana-de-açúcar e eucalipto plantados em 56 milhões de hectares. Na safra de 2022 e 2023, as taxas de adoção atingiram 99% para soja e algodão e 98% para milho.

Acredita-se que a biotecnologia também tenha levado a uma redução na necessidade de pesticidas, o que é fundamental na agricultura tropical. Os dados da Croplife Brasil mostram uma redução no uso de pesticidas de 35% para a soja, 16,2% para o milho de verão, 16,4% para o milho de inverno e 27,5% para o algodão.

Menos uso de pesticidas significa menos consumo de combustível e menos operações de máquinas. Juntamente com os ganhos de eficiência da terra, isso contribui para uma redução de 70,4 milhões de toneladas métricas de emissões de dióxido de carbono, o equivalente ao plantio de 504 milhões de árvores nativas. Essas melhorias fortalecem a sustentabilidade das exportações de soja brasileira para a China.  Fim

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