Alberto informou oficialmente que o relatório parcial sobre as irregularidades na operação de socorro aos bancos Marka e FonteCindam não ficará pronto no fim desta semana, como estava previsto. Segundo o relator, a CPI decidiu esperar para ter mais informações sobre o resultado das fiscalizações especiais pedidas ontem à Receita Federal. E essa decisão fará com que as acusações tenham mais consistência e forneçam dados para auxiliar as investigações do Ministério Público.
Como o espírito de Torquemada ainda não desencarnou do senador João Alberto, na sua incansável busca pela condenação à fogueira de Cacciola e seus amigos, o relator da ex-CPI dos bancos agora ameaça a diretoria da antiga Telerj, agora Telemar-Rio. Por considerar que a companhia ainda não enviou a lista dos telefonemas dados pelo ex-dono do Marka, pelos irmãos Sérgio e Luís Bragança e pelo economista Rubem Novaes, pretende processá-la por obstrução à Justiça.
O senador João Alberto, no entanto, promete apresentar o relatório parcial na próxima terça-feira, para ser lido em plenário na quarta ou na sexta-feira. Isso se a comissão receber rapidamente as informações solicitadas à Receita Federal e à Telemar-Rio. Em compensação, como a Folha de S.Paulo não fez a menor referência, o relator da agora CPI do Cacciola não demonstrou a menor preocupação em apurar quais os bancos que estavam na puxada que elevou a cotação do dólar, na terça-feira, a até R$ 1,76. Evidentemente, encontrará as mesmas instituições que participaram da bandalheira do último verão. Mas isso não é importante. O importante é condenar o italiano do Marka para servir de exemplo a todos os banqueiros estrangeiros.
Com as decisões que serão tomadas na assembléia, haverá grande alteração na composição do controle do banco Boavista Interatlântico. O banco Crédit Agricole aumentará sua participação de cerca de 23% para 40%. O grupo português Espírito Santo manterá posição de aproximadamente 38%, enquanto o grupo Monteiro Aranha ficará com cerca de 20% do capital. E os controladores farão oferta para a aquisição dos 4% que atualmente se encontram em poder do público.