Parte de Juiz de Fora e outras seis cidades têm apagão após falha da Cemig

Em São Paulo, blecaute afeta vendas do varejo alimentar, que tem queda de 5,6% no faturamento

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Vela acesa, apagão (Foto: J.C.Cardoso)
Vela acesa, apagão (Foto: J.C.Cardoso)

Parte de Juiz de Fora, sobretudo bairros da Zona Norte, e outros seis municípios da região tiveram um apagão no início da tarde de ontem. O problema teria começado por volta das 13h30.

“A situação foi causada devido a uma ocorrência na Subestação Juiz de Fora 1, com falha de um equipamento”, diz a Cemig, sociedade de economia mista, mas que desde 2019, está na mira da privatização pelo governador Romeu Zema.

Por volta das 15h, a empresa informou que todos os clientes da área urbana haviam sido religados. “Importante dizer que 50% dos clientes tiveram a energia normalizada às 13h45”, pontuou a companhia, que não informou o número total de impactados. A causa da falha no equipamento, que foi isolado, está em apuração, ainda segundo a Cemig.

Além de Juiz de Fora, faltou luz nas seguintes cidades: Santa Bárbara do Monte Verde, Monte Verde, Rio Preto, Lima Duarte, Olaria e Pedro Teixeira.

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Para o CEO da Enercons Consultoria em Energia renovável, engenheiro eletricista Ivo Pugnaloni, a carga no sistema elétrico que essa nova unidade industrial vai acrescentar não poderá ser sustentada por geração solar, altamente influenciada por dias nublados, chuvosos e pelo inexorável horário depois das 16 horas, quando o sol vai se pondo.

“Só fontes hidrelétricas ou termelétricas podem suprir cargas como essa, pois são permanentes. Resta saber se o Ministério de Minas e Energia vai preferir gerar energia elétrica com água nacional, ou com derivados de petróleo importados, caríssimos e poluentes”, comentou.

Pugnaloni lamentou estar ainda paralisada nas assessorias do MME , há três anos, a precificação das externalidades (benefícios e prejuízos adicionais ao meio ambiente) de cada fonte.

“Talvez seja a ação dos poderosos lobbies aos quais se referiu o próprio ministro Alexandre Silveira na semana passada”, disse o executivo, que foi diretor de planejamento da Copel, concessionária do Paraná.

“Não há como negar que as assessorias do MME estarão fazendo o governo incorrer em grave risco de judicialização caso o Leilão de Reserva de Capacidade não venha a atender ao artigo 26, parágrafo 1-G que determina que todos os benefícios ambientais e de garantia de fornecimento sejam considerados, nos certames como esse, que envolvem centenas de bilhões de reais em energia elétrica.”

Ainda segundo ele, “o atual governo precisa entender, de uma vez por todas, que não basta geração solar e eólica para fazer a transição energética, pois elas são fontes intermitentes. Param de uma hora para a outra de produzir. Essas duas fontes são muito boas, mas tem esse grave defeito. Sem novas hidrelétricas para completar a geração faltante da solar e eólica a cada momento, a nossa matriz vai ter que usar cada vez mais termelétricas que já são, graças às manobras desses lobbies, mais de 37% da capacidade instalada do Brasil.”

Na semana passada, São Paulo e parte da Região Metropolitana enfrentaram apagão que impactou fortemente o setor de varejo alimentar. De acordo com análise realizada pela plataforma Scanntech, o faturamento do varejo alimentar na região caiu 5,6%, e a queda nas unidades vendidas foi de 4,7%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Na mesma semana, o varejo alimentar registrou crescimento em relação ao ano anterior, tanto de faturamento quanto de vendas unitárias, de 3,7% e 0,4% respectivamente.

O segmento de atacarejo foi o mais afetado pela crise energética na Região Metropolitana de São Paulo, registrando queda significativa de 21,5% no faturamento. A falta de eletricidade afetou diretamente as operações logísticas e o armazenamento de produtos, impactando profundamente as vendas.

Por outro lado, algumas categorias de produtos essenciais para momentos de falta de luz ou o preparo da população para enfrentar períodos de incerteza e falta de infraestrutura, tiveram um aumento expressivo nas vendas. Entre os itens que registraram maior crescimento em comparação com a mesma semana de 2023 estão: vela (101%), gelo (100,9%) e fósforo (56,1%).

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