Quase quatro em 10 não vão comprar ovos de chocolate neste ano

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Pesquisa do Instituto QualiBest apontou que 37% dos consumidores declaram que não comprarão ovos de chocolate para comemorar a data. Esse número pode ser ainda maior, já que, há duas semanas da Páscoa, outro um terço (36%) respondeu que ainda não sabe se vai ou não comprar ovos de Páscoa este ano.

Outros 13% ainda pretendem adquiri-lo em menor quantidade, enquanto 12% vão comprar a mesma quantidade de 2019.

Os dados fazem parte da terceira onda da pesquisa do instituto sobre a crise da Covid-19, coletados entre os dias 27 e 30 de março com 804 pessoas de todas as faixas etárias, classes socioeconômicas e em todas as regiões brasileiras. A margem de erro é de 3,53 pontos percentuais.

Os entrevistados são parte de uma base de 250 mil cadastrados no painel de pesquisas do Instituto QualiBest. Por meio dela, os respondentes participam de estudos e, com isso, ganham pontos que podem trocar por diversos produtos.

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"A Páscoa deve sofrer o maior impacto por dois motivos: o primeiro é que nossos dados já têm mostrado uma enorme desconfiança dos brasileiros com relação à economia. Há um temor geral que os efeitos da pandemia para os empregos e a renda seja devastador, então a reação imediata é cortar gastos", analisa Daniela Malouf, diretora geral do QualiBest.

"O segundo é que a Páscoa é o primeiro feriado desde que a pandemia chegou ao Brasil, restringindo não apenas o movimento das pessoas, mas também fazendo com que elas pensassem em comprar apenas o necessário. O mercado terá que se realinhar para lidar com a baixa demanda", completa ela.

Quando o instituto perguntou onde irão adquirir os ovos, metade (50%) dos entrevistados respondeu que irá atrás de marcas tradicionais geralmente compradas em supermercados, enquanto outros 40% serão comprados de amigos e parentes e 25% lojas especializadas em chocolates.

Já segundo o Instituto Brasileiro da Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), a cesta de Páscoa registrou queda de 0,99% em 2020, em comparação com o ano passado. A taxa está abaixo da inflação acumulada entre abril de 2019 e março deste ano pelo IPC/FGV, que foi de 3,44%. Entre os alimentos de maior consumo na Páscoa, os que apresentaram recuo em seus preços foram: batata inglesa (-28,93%), azeite (-5,09%) e azeitona em conserva (-2,14%).

"Em comparação com 2019, houve recuo médio dos preços. Entretanto, os principais itens do almoço – como bacalhau (13,35%) e ovos (17,38%) – apresentaram aumento expressivo em suas cotações, pressionando as despesas com a ceia. Em 2019, a cesta havia subido 29,67% e o destaque havia sido a batata inglesa, que este ano caiu de preço, com alta de 104,91%", explica André Braz, coordenador do IPC e responsável pelo levantamento.

O economista destacou, inclusive, que o consumidor deve ficar atento em relação aos preços praticados mais próximos da data. "A pesquisa não mostra, em definitivo, o que o consumidor vai encontrar para a Páscoa. Só medimos o que aconteceu com os preços nos últimos 12 meses até março deste ano. Às vésperas, pode haver aumentos de preços ditados pelo crescimento da demanda, como o que tradicionalmente acontece com pescados frescos", acrescentou Braz, alertando que vale fazer as compras para ocasião, tomando os cuidados com a saúde, evitando aglomerações.

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