Colaborador bissexto desta página, o jornalista Aloysio Biondi morreu sexta-feira, às 9h30, no hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, vítima de problemas cardíacos. Biondi fora internado no hospital às 20h30 de quinta-feira.
Tinha 64 anos, era colunista econômico do jornal Diário Popular e colaborador da revista Caros Amigos. Biondi também trabalhou na Folha de S.Paulo, onde foi editor de Economia, e dirigiu o diário DCI.
O jornalista era conhecido como um dos poucos críticos à política econômica brasileira que resistem na imprensa brasileira. Contrário aos rumos dados pelo atual governo à economia, atacava a forma como foram realizadas as privatizações no país. Ele lançara no ano passado o livro Brasil Privatizado, em que demoliu, com números precisos, o processo de venda das estatais.
Ética
O líder do PT na Câmara, Aloizio Mercadante (SP), classificou como “uma perda imensa” a morte de Aloysio Biondi. Para o deputado, esta perda se reflete ainda mais “nas pessoas que acreditam que o jornalismo possa se desenvolver com ética.” Mercadante ressaltou que o jornalista sempre atuou em defesa dos interesses da nação. “Ele pagou um preço caro por isso. Nosso consolo é que Biondi vai continuar sendo uma referência.”
Ligações
A transferência de aposentados e pensionistas da Prevhab – fundo do antigo BNH – para a Sasse, um negócio de R$ 650 milhões, pode ter tido o dedo de Eduardo Jorge Caldas, ex-secretário de FH, envolvido no escândalo do desvio de verbas do TRT de São Paulo. Segundo publicação da Associação dos Antigos Servidores do BNH (Asas-BNH), dois diretores da Sasse seriam ligados a Eduardo Jorge, que comandava o esquema de nomeações nos fundos de pensão no tempo em que despachava no Planalto. Os fundos, com os cofres cheios para investimentos, foram os fiéis da balança da privatização, pendendo para um ou outro grupo nem sempre baseados em pareceres técnicos. A Sasse, segundo Assas-BNH, interessa à Sul América – empresa para a qual a Meta, de Eduardo Jorge, trabalhou intensamente.
Impulso
Cada consumidor compra três vezes mais itens do que planeja quando vai às compras, além de gastar em média uma hora e 18 minutos dentro dos supermercados. Com isso, o orçamento para as compras estoura em cerca de 12%. Estes dados foram apresentados pelo diretor presidente da Research International Brasil, Nelsom Marangoni, durante conferência sobre embalagens promovida pela IBC. Nada menos do que 85% do total que é comprado acaba sendo decidido na própria loja, em função dos estímulos que as embalagens produzem nos consumidores, além de todo o histórico de percepção de cada cliente. O diretor da Seragini Design, Lincoln Seragini, concordou e mostrou estatísticas que mostram que “menos de 10% das marcas à venda num supermercado contam com publicidade.”
Como dantes
Todo ano, em média 10% dos municípios brasileiros têm suas contas rejeitadas pelos tribunais. Em anos eleitorais, porém, o número de reprovados triplica, informa o presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), José Serafim Abrantes.
Protesto
Sessenta trabalhadores da Petrobras morreram em serviço no Brasil desde 1998. Na Bahia, foram oito vítimas – quatro só este ano. Um mês depois da morte de um operador, em incêndio na Refinaria Landulpho Alves, na região metropolitana da capital baiana, cerca de 500 petroleiros fizeram protesto contra os acidentes de trabalho na estatal. Os problemas vêm se sucedendo desde que o Governo FH aprofundou sua política de sucateamento da empresa, que reduziu o número de empregados de 60 mil para 37 mil.
Iceberg
Qual a diferença entre Carlos Salinas de Gortari e seu sucessor, Vicente Fox, da (teoricamente) oposição? Para a publicação Solidariedade Ibero-americana, nenhuma. Fox não passaria de uma “cruel mistificação” destinada a iludir uma população cansada das políticas neoliberais impostas pelo FMI. A ponto da publicação encarar a vitória dele como uma verdadeira “reeleição”. Num contexto de crescente contestação e desagregação do modelo globalizado, diz Solidariedade, a eleição de Fox é como “se o México acabasse de comprar um camarote de segunda classe no Titanic financeiro após a batida no iceberg.”
Última forma
Nova crise pode estourar entre os partidários de Brizola e Anthony Garotinho. O governador do Rio de Janeiro nomeou professor ligado ao candidato do PDT à Prefeitura da cidade para o Conselho Estadual de Educação. A indicação, porém, foi derrubada na Assembléia Legislativa, que aprovou nome ligado ao presidente da Casa, Sérgio Cabral Filho. Brizolistas viram o dedo do governador na manobra.