Embora movimentos especulativos independam de motivos racionais, a queda de quase dois dígitos na bolsa chinesa e sua repercussão global serve de alerta sobre as consequências para países que penhoram seu futuro nos pregões do mercado financeiro internacional, abrindo mão de controles sobre o movimento brusco de capitais. Em tais condições, o máximo a que se pode aspirar é à estabilidade permitida por quem mora num cassino mundial.
Estabilidade de papel
A advertência trazida pelo tombo dos mercados acionários mundiais também desautoriza o argumento mobilizado pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em seu depoimento na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Meirelles insinuou que a tempestade desencadeada pela queda na bolsa chinesa fortaleceria a necessidade da morosidade de tartaruga na queda da taxa básica de juros (Selic) no Brasil. É argumento típico da antidialética. Se com toda trava imposta pelo BC aos juros – causadora de altíssimo custo social, econômico e político – o país, diante de um movimento especulativo de um único dia, se vê ameaçado pela institucionalização dos juros reais mais elevados do mundo, qual o papel desempenhado pela Selic nos quatro anos de governo Lula?
Ônus sem bônus
Contra os argumentos do presidente do BC, pesa também o desempenho da economia chinesa. A Bolsa de Xangai caiu 8,8%, maior queda em dez anos; neste período, o PIB chinês dobrou. Já no Brasil, que vê seu PIB patinar nos últimos 15 anos, a bolsa caiu apenas 1,5 ponto percentual a menos.
Saída externa
Quem quer estudar fora do país tem uma boa oportunidade de buscar informações na Feira Expo Estude no Exterior, nesta quinta-feira, das 16h às 21h, no Hotel Pestana (Avenida Atlântica, 2.964, Copacabana). Do Rio, a feira segue para Porto Alegre (3 e 4 de março, no Sheraton), Belo Horizonte (6 de março, no Mercure Hotel), Salvador (9 de março, Hotel Pestana) e São Paulo (dias 11 e 12 de março, no InterContinental). Mais informações em www.estudenoexterior.com
Pepino
A prefeitura carioca ficará com a responsabilidade por todo o sistema de esgoto das regiões carentes do Rio e de parte da Zona Oeste. O convênio será assinado nesta quarta, com prazo de 50 anos, renovável por outros 50. “Em contrapartida, a prefeitura repassa ao estado as estações de tratamento de esgoto do Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande e Vargem Pequena”, detalhou o presidente da companhia de saneamento fluminense, Wagner Victer.
Entra no táxi!
O aumento do fluxo de turistas durante o Carnaval serviu de largada para acelerar o monopólio da companhia de táxis que opera no Aeroporto Tom Jobim, no Rio. Numa atitude que torna quase compulsório o uso dos carros da empresa, a fiscalização no setor de desembarque passou a impedir que táxis de outras cooperativas sequer parem para embarcar passageiros que requisitaram seus serviços. A ameaça se estende até a carros particulares cujos motoristas tentem receber parentes ou amigos. A administração do aeroporto chegou a colocar uma cancela para melhor controlar o acesso à área de desembarque. A única forma de usar algum carro que não os das cooperativa é caminhar para o setor de embarque, possibilidade ignorada, porém, pela grande maioria dos passageiros, principalmente os turistas brasileiros e estrangeiros.
Berlinda
O grupo Globo está na mira da esquerda. No final de semana, recebeu pesadas críticas de Hugo Chávez. O presidente da Venezuela acusou o jornal do grupo (na verdade, era a TV, o que faz diferença alguma) de estimular uma invasão armada à Bolívia. No mesmo sábado, a Ferroeste, ferrovia estatizada pelo Roberto Requião, no Paraná, acusou a Rede Globo de mentir em matéria sobre a falta de vagões para transporte da produção agrícola do estado. Segundo a companhia, retomada pelo Paraná em 18 de dezembro do ano passado, após a decretação de falência da controladora privada Ferropar, continua-se operando com o mesmo número de vagões, e deve-se transportar em fevereiro 144 mil toneladas, 10 mil toneladas a mais que a ferrovia privada, no mesmo mês de 2006.