PDT vai ao Supremo para Ramagem não assumir a PF

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O PDT entrou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a posse de Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal. O partido alega, entre outros pontos, ligação do delegado com integrantes da família do presidente Jair Bolsonaro.

Ramagem foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e é amigo pessoal de Carlos Bolsonaro, filho do presidente investigado por esquemas criminosos envolvendo a propagação de notícias falsas. Ele assume o cargo depois de Jair Bolsonaro ter exonerado Mauricio Valeixo do comando da PF.

Para o partido, a indicação representa abuso de poder por parte de Bolsonaro com o objetivo de controlar a atuação da Polícia Federal, "que é contrária ao interesse público, finalidade diversa da competência para prover o cargo de diretor-geral", mostra trecho do mandado.

No mandado, o PDT cita declarações do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, de que Bolsonaro teria tentado interferir na Polícia Federal. E relaciona pedido de instauração de inquérito feito pela PGR ao Supremo para investigar as citações feitas por Moro na última coletiva à frente do ministério.

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O Diário Oficial da União desta terça-feira traz os decretos assinados por Bolsonaro com as nomeações de Ramagem e de André Luiz de Almeida Mendonça, último para o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, com a saída de Sergio Moro.

André Mendonça, de 46 anos, é natural de Santos, em São Paulo, advogado, formado pela Faculdade de Direito de Bauru (SP). Ele também é doutor em Estado de Direito e Governança Global e mestre em Estratégias Anticorrupção e Políticas de Integridade pela Universidade de Salamanca, na Espanha; é pós-graduado em Direito Público pela Universidade de Brasília. É advogado da União desde 2000, tendo exercido, na instituição, os cargos de corregedor-geral da Advocacia da União e de diretor de Patrimônio e Probidade, dentre outros. Recentemente, na Controladoria-Geral da União (CGU), como assessor especial do ministro, coordenou equipes de negociação de acordos de leniência celebrados pela União e empresas privadas.

Já Ramagem é graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Ingressou na Polícia Federal em 2005 e atualmente é delegado de classe especial. Sua primeira lotação foi na Superintendência Regional da PF no Estado de Roraima. Em 2007, ele foi nomeado delegado regional de Combate ao Crime Organizado. Ramagem foi transferido, em 2011, para a sede da PF em Brasília, com a missão de criar e chefiar Unidade de Repressão a Crimes contra a Pessoa. Em 2013, assumiu a chefia da Divisão de Administração de Recursos Humanos e, a partir de 2016, passou a chefiar a Divisão de Estudos, Legislações e Pareceres da PFl.

Em 2017, tendo em conta a evolução dos trabalhos da Operação Lava-Jato no Rio, Ramagem foi convidado a integrar a equipe de policiais federais responsável pela investigação e Inteligência de Polícia Judiciária no âmbito dessa operação.

Em 2018, assumiu a Coordenação de Recursos Humanos da Polícia Federal, na condição de substituto do diretor de Gestão de Pessoal. Ainda no mesmo ano, assumiu a Coordenação de Segurança do então candidato Jair Bolsonaro.

 

Com informações da Agência Brasil

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