Pedidos de empréstimos recuam e cartão continua vilão

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Maquininha de cartão (Foto: Jefferson Rudy/Ag. Senado)
Maquininha de cartão (foto de Jefferson Rudy, Agência Senado)

Nos últimos meses, a economia brasileira tem tentado ainda mais se recuperar e voltar aos picos pré-pandêmicos. Enquanto de um lado famílias seguem endividadas, de outro, brasileiros têm conseguido fazer transferências de renda, como antecipação do 13º salário, saques extras do FGTS e acessado os créditos disponibilizados pelo Auxílio Brasil. Parte dessa pequena melhora na renda, foi refletida na última edição do Índice FinanZero de Empréstismo (IFE), que mostrou que a procura por crédito, em maio, recuou 8,3% quando comparado com o mês anterior, período em que registrou uma das maiores altas. Entretanto, no comparativo anual, o quinto mês do ano mostrou aumento significativo de 54%.

Mesmo após a queda na procura por empréstimos, o nível de solicitações segue em alta por motivos que variam, mas já são conhecidos e continuam preocupando os brasileiros: alta de juros, inflação, diminuição do poder de compra e, principalmente, o endividamento, que chegou a 77,4% também no mês passado, de acordo com dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

Vilão

O cartão de crédito hoje é o principal motivo para o endividamento do brasileiro. Ainda de acordo com a pesquisa da CNC, entre as modalidades que caracterizam o tipo de dívida, o cartão de crédito foi o que registrou maior crescimento no mês de maio, com mais de 88,5%.

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Para Olle Widén, CEO e co-fundador da FinanZero, a necessidade de educação financeira no país vem crescendo, especialmente no período pandêmico, que agravou o endividamento familiar. “Os empréstimos realizados via cartão de crédito possuem as mais altas taxas de juros do mercado. Quando falamos de educação financeira, também nos referimos a essa informação de que nem sempre o cartão de crédito irá ajudar as famílias a se recuperarem financeiramente. As dívidas podem se acumular e triplicar o valor inicial. Há outras opções mais seguras no mercado, porém poucas pessoas conhecem ou têm acesso a elas”, comenta.

Em meio à alta dos índices de juros e da inflação, principalmente no que diz respeito ao uso de cartão, o número de inadimplentes segue elevado. Ainda segundo a CNC, levando em consideração apenas os consumidores de maior poder aquisitivo, 92,9% das famílias nessa camada social contraíram dívidas com o cartão de crédito.

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