A previsão é de publicitários amigos da coluna. Pelo ardor com que certo tipo de imprensa lançou-se na defesa da ampliação do número de pedágios nas estradas brasileiras, chegando ao requinte de procurar com lupa usuários que estariam comemorando esse aumento de custo, não restam dúvidas: vêm aí grossos e lucrativos cadernos publicitários do setor de concessionários de rodovias. Claro que, apenas, para celebrar a nova fase do setor.
Concentração
Em 1997, existiam 215 bancos no Brasil, entre privados nacionais (142), estatais (27) e estrangeiros (46), segundo o Banco Central (BC). Em 2005, esse número encolheu para 159, queda de 26,1%. Segundo o professor PhD Marcos Crivelaro, porém, a redução no número de bancos não se refletiu em encolhimento na rede de atendimento. Em 2005, o total de agências e postos de atendimento somou 123,9 mil unidades, contra 54,1 mil, em 2000. Crivelaro salienta, porém, que a concentração bancária “é ruim para o pobre e bom para o rico”.
Os órfãos do BC
Ele lembra que estudo do BC sobre eficiência e concorrência no setor bancário brasileiro revela que, quanto maior a concentração, menor o custo dos bancos (por exemplo, com folha de pagamento) e maior a lucratividade (em empréstimos e tarifas). O professor defende a importância de órgãos reguladores para estimular uma concorrência efetiva e avaliar a satisfação do cliente. Crivelaro cita pesquisa The Gallup Consulting, segundo a qual apenas 16% dos que possuem conta bancária estão contentes com os serviços oferecidos; 67% estão insatisfeitos, sendo que 43% só têm conta na instituição por falta de alternativa para guardar o dinheiro. As reclamações mais freqüentes, elenca, são: erros de lançamentos nas contas correntes (48%) e fraudes bancárias (15%).
Pobres vítimas
Segundo a pesquisa do BC, entre 2001 e 2006, o número de contas no sistema financeiro do país cresceu 51,7%, alcançando 76,8 milhões de cadernetas de poupança e 59,5 milhões de contas correntes, no fim do ano passado. Os correspondentes bancários e a criação das contas simplificadas foram os principais responsáveis pelo aumento do que especialistas chamam pelo tenebroso nome de bancarização, cujo avanço deveu-se à inclusão de clientes de baixa renda. Crivelaro observa que a expansão não resultou em melhora dos serviços para os mais pobres. Segundo pesquisa da TNS Interscience, os mais pobres concentram 70% do atendimento nas agências, resultando em longo tempo de espera. Daquele total, 79% são usuários sem conta na agência em que são atendidos. A escolha da agência ocorre por motivos, como proximidade do local de trabalho (26%), da residência (18%) ou por fazer parte do percurso do dia-a-dia (14%).
Entre iguais
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) é caso perdido, inscrito na categoria conjunto da obra. Por isso mesmo, o público deveria ser poupado das tentativas de mistificar alguns de seus adversários de momento. Por exemplo, apresentar o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) como integrante da “ala independente” do partido atropela o histórico deste senador. Integrante importante da resistência à ditadura, Jarbas se converteu em neoliberal convicto e et pour cause num dos principais peemedebistas tucanos, situação que quase o levou a ser vice na chapa de José Serra, em 2002. Além disso, conviveu sem problemas com Renan quando este foi ministro da Justiça de FH. Chamá-lo de independente é caso de omissão de complemento nominal.
Diretamente na fonte
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) acolheu, em setembro, pedido de seqüestro de renda para pagamento de precatórios de um aposentado com câncer na bexiga. O presidente do TJ-SP, Celso Limongi, concedeu, em caráter liminar, o direito de o aposentado receber os recursos para tratamento médico. Daniela Barreiro Barbosa, do escritório Innocenti Advogados Associados e advogada do aposentado, lembra que os precatórios – dívidas já objeto de decisões judiciais – são pagas com “atraso absurdo”, como no Estado de São Paulo, que atrasa em mais de nove anos a quitação de débitos de natureza alimentar.
Cidadã
Já está em funcionamento o 0800 da Comissão de Defesa do Direito da Mulher da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). As ligações podem ser feitas entre 9h e 18h. A presidente da comissão, deputada Inês Pandeló (PT), alerta que o 0800 2820119 é exclusivamente de orientação: “O serviço é um mecanismo para auxiliar as mulheres a esclarecer dúvidas e buscar os seus direitos como cidadã.”