Pela primeira vez em 10 anos, INSS negou mais benefícios que concedeu

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O INSS aceitou 1,08 milhão de pedidos de benefícios no primeiro trimestre de 2020, mas negou 1,2 milhão de solicitações. É a primeira vez em um trimestre, nos últimos 10 anos, em que o número de pedidos negados foi maior que o de benefícios concedidos.

O levantamento foi feito pelo jornal Agora São Paulo a partir dos Boletins Estatísticos da Previdência publicados entre 2011 e 2020. De acordo com a reportagem, mesmo em 2016, quando pela primeira vez o número de pedidos indeferidos chegou a marca de 1 milhão, no primeiro trimestre daquele ano, 1,22 milhão de benefícios foram concedidos aos segurados.

O montante de rejeições do INSS deve acarretar maiores custos públicos, com a sobrecarga de processos contra o Instituto na Justiça Federal, alerta o pesquisador e especialista em seguridade social Remígio Todeschini, em entrevista à RBA. “Vai se ampliar a litigação judicial. Ou seja, vão entupir os canais de Justiça para poder reclamar disso”, aponta.

Segundo o especialista, os dados confirmam que o governo de Jair Bolsonaro “atua contra os pobres e contra os trabalhadores”. Hoje, o INSS tem funcionado no limite. Cerca de 2 milhões de segurados estão na fila de espera para receber seus benefícios.

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Em meio à pandemia, receber o auxílio-saúde, por exemplo, pode ser um fator decisivo entre a vida e a morte. “Esses segurados estão sem benefícios. Para poder receber algo é preciso que esse processo administrativo seja menos burocrático. E o Congresso Nacional tem de ajudar nesse sentido para essa agilização”, cobra o pesquisador.

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