Penúria

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Pesquisa feita pelo professor Bayard Boiteux, diretor do curso de Turismo da UniverCidade (RJ), para sua tese de doutorado em Direito da Cidade, traz informações preocupantes: de 600 integrantes das forças de segurança que trabalham em áreas turísticas do Rio, 80% ganham menos de R$ 800 por mês, 40% vivem em comunidades carentes e 60% falam apenas português.

Investimentos desabam
O Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Rio de Janeiro (Sintuperj) culpou a falta de manutenção pela queda de parte da rampa do 12º andar da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). O Sintuperj acrescenta que o problema é agravado pelos seguidos cortes orçamentários perpetrados pelo governo estadual. Segundo a entidade, embora, ano passado, o governo tenha autorizado obras no telhado do prédio da universidade, a verba era insuficiente para resolver efetivamente o problema. Felizmente, dessa vez, com a Uerj em férias, ninguém se feriu com a queda que atingiu um dos pátios internos da universidade.

Prioridades
Em tempo: ano passado, o arrocho fiscal de estados foi recorde: 0,89% do Produto Interno Bruto (PIB). Traduzido em reais, isso significa que, em 2005, os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal deixaram de investir R$ 17,194 bilhões em suas universidades, saúde, educação, segurança etc. etc., para ajudar o setor público a cumprir seu único compromisso inarredável: o pagamento de juros da dívida pública.

Cristão
Mais um partido no forno: encontro em Americana (SP) debateu a criação do Partido Cristão. “Optamos pelo nome Cristão por acreditarmos ser o Cristianismo, mais do que uma religião, um referencial para a definição de novas políticas públicas, que não exclui, nem discrimina”, dizem os organizadores, que partiram para coleta das 500 mil assinaturas exigidas para iniciar a legalização do partido.

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Fogo amigo
Circula pela Internet um manifesto em apoio ao cientista político Emir Sader, que está sendo processado pelo presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen. Bornhausen se disse ofendido pela resposta de Sader, feita em artigo no jornal eletrônico Carta Maior, ao repto do pefelista para “acabar com essa raça”. Embora já contem com assinaturas de personalidades de cerca de 50 países, os apoiadores de Sader vão ter de quebrar pedras no interior do próprio PT, ao qual o sociólogo é filiado. Ao rebater as críticas e anunciar a decisão de processar seu desafeto, Bornhausen recolheu, em aparte a seu discurso no Senado, manifestações de solidariedade e apreço de seus pares petistas, como Jorge Viana e Paulo Paim.

Pneu furado
A capotagem das grandes montadoras norte-americanas, como Ford e General Motors, com fechamento de fábricas e demissões em massa, põe uma pá de cal nas políticas de generosas renúncias fiscais oferecidas por governadores de estados brasileiros para abrigarem fábricas de automóveis. Além do baixo retorno em empregos e ganhos em arrecadação, diante do custo benefício, a quebra da Ford e da GM reafirma que, com o esgotamento dos grandes mercados, restaram apenas três grandes alvos para a indústria automobilística: Brasil, China e Europa Oriental. Tal condição deveria inflar o poder de barganha desses apetitosos nichos, em vez de fazê-los mendigar para abrigar empresas sem outros grandes mercados.

Efeitos colaterais
A China, aliás, para conceder autorização às montadoras para se instalarem no país exige a transferência de tecnologia. Depois de uma década abrindo mão do maior mercado potencial do mundo, as grandes empresas automobilísticas se curvaram às exigências chinesas e começam a ingressar no mercado chinês. Já os efeitos sobre a camada de ozônio produzidos pelo avanço do desfile de carros nas ruas da China servem para demonstrar que é impraticável a exportação do modelo de capitalismo norte-americano baseado no consumo desenfreado.

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