Percentual dos que avaliam Bolsonaro como ruim/péssimo bate 51,6%

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Jair Bolsonaro (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Jair Bolsonaro (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

A popularidade do governo Bolsonaro está em lenta recuperação nesta semana. É o que aponta pesquisa Modalmais AP Exatas divulgada hoje. O percentual de pessoas que avaliam a gestão como ruim/péssima é de 51,6%; 24,9% consideram o governo como bom/ótimo e 23,5% avaliam como regular.

A semana foi agitada por conta do anúncio do ato de filiação de Sergio Moro ao Podemos e pelo desligamento de Deltan Dallagnol do Ministério Público e a possibilidade de ele se candidatar em 2022. Lava-jatistas comemoraram sobretudo a possível candidatura de Moro à Presidência e deram uma grande visibilidade ao ex-juiz, que chegou a alcançar 17% das menções aos presidenciáveis, no Twitter, e se mantém em alto patamar de destaque nas redes. Ou seja: Moro se viabilizou na guerra digital e mostra resiliência e capacidade de resistir aos ataques de lulistas e bolsonaristas, tendo como defesa a bandeira do combate à corrupção, que ainda se alimenta do sentimento antipetista, deixando o termo “PT” como um dos mais mencionados em posts sobre o ex-juiz.

Bolsonaro também reagiu à possível candidatura do seu ex-ministro da Justiça dizendo, em depoimento à PF, que Moro teria tentado negociar a indicação de seu nome ao STF, fato que não encontrou respaldo nas redes e circulou de forma restrita na bolha bolsonarista.

Poucos se arriscarão a defender a isenção de Moro e Dallagnol nas investigações da Lava Jato, mas o eleitor deles não se mostra preocupado com isso e acredita que, para romper o sistema de desvio de dinheiro público nos governos petistas era importante uma ação como a que foi colocada em prática.

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Analistas veem Moro como um presidenciável da direita, que pode tirar votos de Bolsonaro. Lulistas parecem ter menos a temer caso o ex-juiz entre no jogo eleitoral.

O rescaldo de todo esse emaranhado entre Justiça e política é um desgaste da Lava Jato, que agora dá motivos para que a esquerda a acuse de ter sido parcial em seus julgamentos.

Já a aprovação da PEC dos Precatórios, por pouco mais que a margem mínima, foi majoritariamente repudiada nas redes. A narrativa dos governistas de que a PEC é para ajudar os mais pobres foi suplantada pela ideia de que os deputados só aprovaram a proposta porque receberam algo em troca. Ou seja, as negociações envolvendo a liberação de emendas e outras benesses foram vistas como moeda de troca que atraiu, inclusive, parlamentares da oposição.

Entre os presidenciáveis, o grande protagonista dessa votação não foi o presidente da República, mas, sim, Ciro Gomes, que, ao ser atacado após deputados pedetistas votarem como governo, suspendeu a candidatura. Ciro chamou a atenção das redes, chegando a ultrapassar Lula em menções. Ciristas viram no ato uma espécie de rompimento com a esquerda e defenderam a sua saída do PDT. O movimento de Ciro mexeu no tabuleiro político e colocou na berlinda os deputados que foram favoráveis à PEC que rompe o teto de gastos. Sobrou desgaste também para o Podemos, uma vez que Moro defendeu a manutenção do teto, mas membros do partido seguiram em direção oposta.

A chamada “terceira via” passou a ser taxada por esquerdistas como bolsonarista, reforçando a posição de Lula como o verdadeiro opositor de Bolsonaro e dando gás à polarização política.

Às pretensões políticas de Moro se juntou a notícia de que Deltan Dallagnol, acusado de combinar sentenças com o ex-juiz da Lava Jato, poderá ser candidato a deputado federal, também pelo Podemos. Foi o que bastou para a esquerda acusar a força-tarefa de ter sido um movimento político, construído para tirar Lula da disputa em 2018.

A presença de presidente da República no G20 foi recheada de polêmicas e casos caricatos, levando a oposição a emplacar o discurso de que Bolsonaro está isolado internacionalmente e não é levado a sério por líderes mundiais. Governistas contestam a tese e dizem que o presidente foi ovacionado em Roma.

A oposição também levantou muitas dúvidas sobre as ações climáticas prometidas pelo Brasil na COP-26. Eles veem o governo pouco empenhado na redução de emissões e na proteção ambiental. Governistas defendem que o governo deve recusar interferência internacional na salvaguarda ecológica brasileira.

De uma forma geral, a ida de Bolsonaro à Itália foi negativa e não colaborou para reduzir a rejeição ao presidente da República nas redes.

Já a greve de caminhoneiros autônomos falhou. Eles não conseguiram bloquear rodovias, o que reduziu a visibilidade do movimento e, consequentemente, a adesão à paralisação. No entanto, algo mudou no cenário da categoria. Houve um embate claro com o governo, reduzindo o apoio que davam ao presidente da República. Muitos se disseram traídos pelo presidente e pelo ministro Tarcísio Freitas.

A reação da militância governista aos ataques, depois da aprovação da PEC dos Precatórios, começou a reverter positivamente esta sexta-feira. As menções positivas ao presidente da República subiram quatro pontos, para 40%.

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