Peru: Castillo lidera só 2% à frente de Keiko

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A última pesquisa realizada antes do segundo turno das eleições presidenciais no Peru, produzida pelo Instituto Ipsos, revela que o candidato do partido Peru Livre, Pedro Castillo, lidera com 51,1% dos votos válidos, contra 48,9% de sua adversária do partido de extrema direita Força Popular, Keiko Fujimori.

Considerando os votos brancos e nulos, a diferença entre os candidatos é de 2%: Castillo com 45,1% dos votos, e Keiko com 43,1%. O candidato de esquerda é natural de Cajamarca, zona rural peruana, e pesquisas já mostravam que ele é favorito no interior do país. Neste estudo, o sindicalista lidera na região, com 60,8% dos votos válidos, e na área rural, com 72,2%, enquanto Fujimori concentra sua preferência na capital e na região metropolitana, liderando em Lima com 67,2% dos votos válidos.

Keiko Fujimori está encurtando a distância entre os dois para o segundo turno. Na primeira pesquisa feita pela Ipsos, Castillo angariava 42% das intenções de votos válidos, contra 31% de Keiko. Nesta, o número de votos brancos e nulos era de 11,8%.

O candidato do Peru Live tem como principal proposta a reforma constitucional – uma reivindicação que motivou protestos em novembro de 2020 no país. “Respeitaremos a Constituição até que o povo decida através de um referendo”, declarou.

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Já Keiko se apoia no legado do pai para vencer, defendendo a manutenção da estrutura do Estado como está. A atual Constituição foi promulgada em 1993, durante o regime fujimorista.

Debate

No debate realizado na última terça-feira, os melhores momentos foram as polêmicas políticas. Nesta área, o maior impacto foi causado por Castillo, que apontou diretamente e sem rodeios os problemas de Fujimori com o sistema de justiça, já que um promotor está lhe exigindo uma pena de 30 anos de prisão.

Depois de ouvi-la falar sobre a luta contra a corrupção, Castillo perguntou: ‘Não lhe parece que falar de corrupção é sinônimo de Fujimorismo?’

Ele disse ainda que, para falar de corrupção, é preciso ter pelo menos ‘um pouco de autoridade moral’. Ele então listou suas medidas contra este crime e anunciou que seu possível governo o varreria ‘como se varrem as escadas: de cima para baixo’.

Em seguida, ele disse que ‘para falar de corrupção é preciso ter moral, para governar é preciso ter moral, eu gostaria que meu oponente dissesse quando vai devolver os milhões que levou no âmbito da corrupção’.

A resposta de Keiko aos desafios no que todos consideram um ponto fraco para Fujimori devido ao seu julgamento pendente foi sua tática de afirmar que Castillo é manipulado por Vladimir Cerrón, o líder de seu partido Patria Libre, e ela afirmou que não foi provado que ela se tenha enriquecido ilicitamente.

Fujimori insistiu tanto na questão que o candidato respondeu: ‘Sugiro que você tente superar sua obsessão com Cerrón, o candidato aqui é Pedro Castillo’.

Para encerrar, o candidato disse: ‘há aqui dois líderes, um do sindicato dos professores, eleito pelos professores, aplaudido pelo povo, e o outro é a chefe de uma rede criminosa’ e escolhido pelos grandes empresários que financiaram suas duas campanhas eleitorais anteriores.

Fujimori garantiu que hoje assinará uma promessa de honra para combater a corrupção e defender a democracia perante o escritor de direita Mario Vargas Llosa e outros que atuarão como uma espécie de avalistas.

Durante o debate, Fujimori tentou se vitimizar e culpar seu rival pelo repúdio do público quando chegou sábado na cidade de Arequipa, no sul do país, onde o debate foi realizado, quando a caravana de carros que a acompanhava foi atingida com laranjas (a cor dos apoiadores de Fujimori) e pedras.

Da Redação com PrensaLatina, Patria Latina, TelesurTV e Opera Mundi

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