Dados dos Índices de Consumo em Supermercados (ICS) e os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR), levantados pela Alelo, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apontam recuperação no consumo no foodservice no Rio Grande do Sul, em retomada da rotina do consumidor local. A apuração de junho revela um avanço no valor gasto e na quantidade de transações em supermercados e restaurantes estabelecidos no estado, restabelecendo os níveis de consumo anteriores ao evento climático.
Segundo os índices, considerando o ajuste sazonal (junho/24 – maio/24), a alta foi 39% e 25% no volume e valor das transações em restaurantes, respectivamente. Em comparação com o mesmo mês do ano anterior (junho/23), houve uma ligeira queda (0,6%) em volume, mas com uma alta de 24% no valor das transações feitas via cartão benefício. A volta à rotina de trabalho (e, portanto, de alimentação) havia sido modificada em maio em decorrência das consequências das chuvas e enchentes no estado – no referido mês, houve queda de 26,1% em valor de transações e 14,7% nos gastos. O índice atual demonstra movimentações que compensam o déficit anterior.
Analisando o uso de cartões de benefícios nos supermercados da região, o último mês demonstrou incrementos de 0,3% no valor gasto e 2,2% na quantidade de transações. Os números voltam ao índice que o consumidor que gastou 20,9% a mais em 5% a mais de transações nesses estabelecimentos, voltou a ter uma rotina profissional, retornando a índices médios dos meses anteriores. Considerando os resultados dos últimos 12 meses, o acréscimo foi significativo com alta de 43,3% e 27,3%, respectivamente.
Considerando o primeiro semestre de 2024, o Índice de Consumo em Supermercados (ICS) registrou o maior número de vendas (17,1%) e valor transacionado (27,7%). Para os restaurantes, o Índice de Consumo em Restaurantes (ICR) mostra que o montante gasto nas transações cresceu 11%, mesmo com uma baixa de 5,8% no número de uso dos cartões de benefícios nesses estabelecimentos.
Analisando o desempenho entre os períodos em 2023 e 2024, o valor médio por transação aumentou 12,8%.
Já a 13ª Pesquisa Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi)/Datafolha, revela uma perspectiva multifacetada do cenário econômico durante o mês de maio com foco também nas tragédias do Rio Grande do Sul. Em seguida, a pesquisa mostra aspectos econômicos do último bimestre e analisa futuro das MPI’s.
Ao analisar o índice de satisfação das MPI’s nacional, o valor aumentou e chegou ao mesmo patamar dessa época no ano passado, aos 121 pontos. A região mais satisfeita com as MPI’s é o Nordeste com 126 pontos, indo contrário ao município de São Paulo, que registrou 115 pontos. No entanto, ao se analisar os componentes desagregados, a avaliação da empresa segue sendo a mais positiva com 139 pontos. Ao analisar individualmente cada componente, a região mais satisfeita com avaliação da empresa é o Sul com 144 pontos e segue sendo a mais satisfeita quando o assunto é faturamento com 120 pontos.
Em relação às expectativas de capital de giro, o cenário é pessimista, alcançando o pior resultado já registrado pelo Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria Simpi/Datafolha com 53% das MPI’s com capital de giro insuficiente. O cenário se torna mais discrepante quando apenas 8% das empresas entrevistadas garantem um capital de giro mais que suficiente. Com relação à procura de meios para garantir capital de giro às MPI’s, o cenário se torna preocupante para a saúde financeira das empresas e dos empresários, isso porque, 14% utilizaram cheque especial, seguidos por uma procura intensa de empréstimo pessoal com 11%. As pequenas indústrias são as maiores responsáveis pelo aumento do uso do cheque especial, com 27% das empresas utilizando.
Ainda segundo o estudo, a cadeia de fornecedores e a oferta de produtos e serviços, também são outros aspectos que se tornam preocupantes para as MPI’s chegando a mais de 80%.
Ao analisar os aspectos nas regiões do país, o Sul segue em último lugar com 50% das MPI’s acreditando que a oferta de produtores terá uma grande mudança na economia do país e em primeiro lugar o Nordeste, com 58%. No entanto, quando analisados os dados do Rio Grande do Sul pela região percebe-se que o principal fornecedor e cliente das MPI’s que estão localizadas na região e por isso, são os mais afetados pela chuva, já que 47% das MPI’s são responsáveis por um giro da economia interna. Ainda assim, 59% das indústrias seguem sem ser afetadas diretamente pelas chuvas.
Os dados da pesquisa mostram que para enchentes e alagamentos 33% das MPI’s não se sentem preparadas, assim como 24% para situações de calor extremo e 29% para secas.