Pesquisa mostra que 92% das pizzarias tiveram lucro no ano passado

Apesar da retração registrada em dezembro, setor de alimentação fora do lar gerou mais de 74 mil vagas ao longo de 2024

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Pizza (Foto: ABr/arquivo)
Pizza (Foto: ABr/arquivo)

Levantamento da Galunion em parceria com a Associação Pizzarias Unidas do Brasil (Apubra), realizado entre 25 de outubro e 21 de novembro, e intitulado “Pesquisa Setorial Pizzarias Apubra 2024” traçou um panorama do setor, abordando o perfil dos empresário e o desempenho dos negócios, ofertas, estratégias de comunicação e marketing, além de desafios, expansão e perspectivas para o futuro.

Segundo o estudo, o Brasil é o segundo maior consumidor deste tipo de alimento no mundo, ficando atrás apenas dos EUA.

Ao todo, foram analisadas 209 marcas e 1.552 lojas, sendo 80% independentes e 20% redes, com 54% dos respondentes com negócios em operação há mais de 10 anos. Já sobre o tipo de serviço para efetuar a venda das pizzas, 54% possuem restaurante de serviço completo, com garçom e mesa; 28% são negócios focados em delivery ou para levar; 17% têm restaurante de serviço rápido – fast food ou fast casual; e 1% atua com eventos em domicílio. No estudo, ficou claro que as pizzarias têm uma atuação mais relevante no período noturno, após as 18h, com uma menor incidência às segundas-feiras e picos registrados de quartas-feiras aos sábados. Além disso, 41% dos restaurantes fazem outro tipo de operação além das pizzas e 44% planejam expandir o negócio nos próximos anos.

“Um dado que merece destaque é sobre a parte financeira de operadores que atuam neste segmento. A pesquisa mostra que 62% dos entrevistados tiveram faturamento maior de janeiro a setembro de 2024, quando comparado aos mesmos meses do ano anterior. E, com base no resultado financeiro, 92% afirmaram ter lucro no ano passado. Para entender melhor este cenário, perguntamos sobre o faturamento médio mensal destes operadores. Como resultado, 46% revelaram a estimativa de R$ 30 mil a R$ 100 mil por mês, enquanto 35% faturam mensalmente de R$ 100 mil a R$ 250 mil. Já com base na lucratividade do negócio, 15% dos respondentes possuem lucro superior a 15%”, explica a fundadora e CEO da Galunion, Simone Galante.

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“Outro dado importante é a longevidade dos negócios, independentes ou de rede. Neste caso, 54% das pizzarias estão ativas há mais de 10 anos, e 25% operam há mais de cinco anos. Esse resultado mostra a relevância do segmento no setor de foodservice, principalmente como uma alternativa para novos negócios, impulsionada pela solidez das unidades em funcionamento. Assim, fortalecemos a expansão do mercado de pizzarias, que conta com um expressivo número de restaurantes ativos em todos os estados pelo país”, declara Leandro Goulart, presidente da Apubra.

O serviço de delivery para este tipo de operação torna-se um fator preponderante para o aumento das vendas. O canal é um aliado das marcas e representa entre 26% e 50% do faturamento de metade das empresas ouvidas, e acima de 75% do faturamento de 28,9% das pizzarias entrevistadas. O estudo também revela qual o modelo de entrega de delivery utilizado pelas empresas ouvidas, sendo que 67% têm serviços prestados por plataformas, 35% possuem funcionários próprios contratados e 14% utilizam serviços de terceirizados especializados. Esses números incluem casos em que mais de uma das modalidades de entrega ocorre em um mesmo operador simultaneamente.

Os sabores clássicos continuam liderando a preferência dos consumidores, com calabresa, muçarela e portuguesa ocupando o topo da lista de pedidos, seguido por margherita, frango com Catupiry/requeijão e pepperoni. Contudo, a variedade no cardápio tem se tornado uma forte estratégia para atrair diferentes públicos, já que 43% das pizzarias oferecem entre 21 e 50 sabores salgados e 10% possuem no cardápio entre 51 e 100 opções. Com relação ao tamanho das pizzas, a maior parte investe na pizza grande com 8 a 10 fatias (98%), seguida de pizza individual ou brotinho (75%), média com 4 a 6 fatias (65%), gigante com 10 a 12 fatias (44%) e apenas a fatia (2%). Já sobre os tipos de pizzas vendidas, 94% optam pela tradicional, 50% estilo napolitana, 24% calzones, 11% tipo pan e 10% em formato diferente, sem ser redonda.

A pesquisa também revela que 69% dos negócios ouvidos usam massas feitas 100% na loja, 31% compram a pré-mistura pronta e batem a massa na loja, 30% compram a massa já batida congelada – geralmente, este é um perfil de operador que precisa de um serviço rápido, 22% compram os discos de pizza abertos e 10% das massas são feitas em uma central própria e distribuídas para as unidades.

Ainda segundo o estudo, entre os principais obstáculos para expandir o negócio estão a capacidade financeira, já que 54% dos respondentes citam dificuldades em expandir devido às limitações orçamentárias; falta de mão de obra qualificada que, assim como no food service como um todo, afeta 78% das pizzarias, que têm dificuldades em encontrar profissionais capacitados; e a escolha de um local para operar para 43%. Para aliviar os problemas relacionados à escassez de mão de obra, os empresários têm adotado estratégias que incluem a automação da produção, já que 22% das pizzarias utilizam equipamentos automatizados para reduzir a dependência de força de trabalho humana, e a automação do atendimento, pois 18% aderiram ao uso de totens e aplicativos para agilizar os pedidos. Para atrair e reter talentos, as marcas apostam na própria gestão de pessoas, por meio de iniciativas como premiações, alterações no formato de remuneração e aumento salarial.

O Brasil encerrou dezembro de 2024 com um saldo negativo de 535.547 postos de trabalho, marcando o mês com mais demissões desde o início da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), iniciada em 2020. Apesar do cenário desafiador, bares e restaurantes registraram um dos menores índices percentuais de demissões, com a perda de apenas 6 mil vagas formais no período.

A retração no último mês do ano segue uma tendência histórica do mercado de trabalho, em que contratos são encerrados após as festas de fim de ano. Em dezembro de 2022, foram fechadas 455 mil vagas no país, enquanto em 2023 o saldo negativo chegou a 452 mil postos de trabalho.

No acumulado de 2024, porém, o mercado formal cresceu. Foram criadas 1,7 milhão de novas vagas no país, um aumento de 16,5% em relação ao ano anterior. O setor de alimentação fora do lar acompanhou essa tendência, com saldo positivo de 74.683 postos de trabalho, correspondendo a uma parcela significativa das novas contratações no Brasil.

Para Paulo Solmucci, presidente-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), os números são um reflexo da importância econômica do setor e do seu potencial de crescimento. “Mesmo em um ano com desafios, conseguimos gerar mais de 75 mil empregos formais. Isso mostra que bares e restaurantes seguem sendo um dos motores do emprego no país, garantindo oportunidades e movimentando a economia”, afirma.

O desempenho positivo do setor reforça sua relevância para o mercado de trabalho, destacando-se como um dos maiores geradores de empregos ao longo do ano, mesmo diante das oscilações sazonais. Para 2025, as projeções seguem otimistas, impulsionadas pelo crescimento do setor e pela necessidade constante de novos trabalhadores.

“As contratações não devem perder fôlego. O setor de alimentação fora do lar segue crescendo, e bons profissionais são cada vez mais disputados. Quem busca oportunidade encontrará portas abertas, especialmente aqueles que chegam com qualificação e disposição para acompanhar um mercado dinâmico e exigente”, conclui Solmucci.

Além de expandir a oferta de empregos, o setor de alimentação fora do lar também se destacou no quesito remuneração. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada em dezembro, o salário médio da categoria Alojamento e Alimentação, na qual bares e restaurantes representam 85% dos empregos, alcançou R$ 2.170, o maior valor registrado na história do segmento.

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