A Petrobras pode cortar até 30% dos salários dos seus funcionários. Diante da contração da demanda por petróleo e combustíveis, a estatal decidiu adotar novas medidas que envolvem redução da produção de petróleo, postergação de desembolso de caixa e redução de custos, informou a petroleira nesta quarta-feira.
Como parte das ações destinadas a promover o corte anunciado de US$ 2 bilhões de gastos operacionais em 2020, foram tomadas decisões para poupar aproximadamente R$ 700 milhões em despesas com pessoal.
“A partir de hoje (desta quarta-feira) a produção de petróleo passa a sofrer corte de 200.000 barris diários, volume que inclui a redução anunciada em 26 de março”, disse a estatal. As ações da petroleira registravam queda logo no início da abertura da B3, mas ao longo do dia contabilizavam ganhos acima de 1%.
A estatal está em processo de definição dos campos que terão sua produção diminuída. Segundo a companhia, será levado em consideração condições mercadológicas e operacionais. A duração da restrição, assim como potenciais aumentos ou diminuições, será continuamente avaliada. Também está ajustando o processamento de suas refinarias, em linha com a demanda por combustíveis.
No programa de redução está incluída a postergação do pagamento, entre 10% a 30%, da remuneração mensal de demais empregados com função gratificada (gerentes, coordenadores, consultores e supervisores); a mudança temporária de regimes de turno e de sobreaviso para regime administrativo de cerca de 3,2 mil empregados; e a redução temporária da jornada de trabalho, de 8 horas para 6 horas, de cerca de 21 mil empregados.
Transpetro
A Transpetro, subsidiária integral da Petrobras, também aprovou plano de resiliência, que consiste também em medidas para reduzir a estrutura de custos, tanto de gastos operacionais quanto de investimentos, postergando ou otimizando desembolsos, no valor de R$ 507 milhões em 2020.
“A Petrobras reforça seu compromisso com a gestão de seu portfólio e com sua estratégia sustentada pelos cinco pilares: maximização do retorno sobre o capital, redução do custo de capital, busca incessante por custos baixos, meritocracia e respeito às pessoas, meio ambiente e segurança”, destacou a estatal em comunicado ao mercado.
A direção da companhia acredita que a crise atual realça a importância destes pilares que devem continuar a ser implementados ainda com mais foco e intensidade. “A companhia segue monitorando o mercado e, em caso de necessidade, realizará novos ajustes, sempre garantindo as condições de segurança para as pessoas, operações e processos. A Petrobras manterá os mercados informados sobre futuros movimentos”, frisou.