A Petrobras vai exercer o direito de preferência nos dois leilões do pré-sal previstos para 27 de outubro, mas não em todas as áreas leiloadas, disse nesta terça-feira o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.
"Eles informalmente já sinalizaram que irão sim exercer o direito de preferência em algumas áreas, e eles estão analisando na lógica da empresa", declarou o ministro a jornalistas, durante evento no Rio de Janeiro.
De acordo com regra recém-publicada, a Petrobras poderá decidir sobre a aquisição de áreas do pré-sal durante leilões de partilha de produção, nas disputas em que a petroleira exerceu o seu direito de preferência para ser a operadora de blocos. "Ela (Petrobras) vai exercer nos dois leilões… acredito que vai exercer nos dois, até porque nas áreas unitizáveis ela já é operadora e faz todo sentido exercer direito", completou o ministro.
Parente
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, comentou nesta terça-feira que há excelentes áreas tanto no pré-sal quanto no pós-sal, e que a companhia vai olhar "com muito interesse os próximos leilões".
"Vamos olhar todas as áreas. E aquelas de interesse da companhia dentro do processo de priorização de investimentos, nós vamos participar", declarou Parente a jornalistas, após evento em Londres. Parente falou ainda sobre uma melhora recente do interesse de investidores pelo Brasil e pela Petrobras.
"Mais do que para a Petrobras, o que posso testemunhar é um enorme interesse… na volta do Brasil a fazer leilões, a oferecer áreas para operação especialmente no pré-sal brasileiro", afirmou ele, dizendo também estar "bastante otimista em relação à possibilidade de uma boa competição nestes leilões".
Tanto o ministro como Parente celebraram os resultados da captação de US$ 4 bilhões em títulos pela Petrobras na véspera. Para Coelho Filho, isso marca uma "nova fase" da empresa, enquanto Parente destacou que as taxas aceitas foram positivas para a companhia. "Achamos que temos boas notícias, boas coisas acontecendo na companhia…", disse o presidente da Petrobras.
Campo de Azulão
A Petrobras colocou à venda 100% de sua participação no Campo de Azulão (concessão BA-3), na Bacia do Amazonas, segundo fato relevante da companhia divulgado na noite de segunda-feira.
Segundo a Petrobras, o campo de Azulão "consiste numa oportunidade para desenvolver e monetizar uma descoberta de gás, perto de excelente infraestrutura", em região acessível por boas estradas e perto de infraestrutura para transmissão de energia.
A Petrobras afirmou que potenciais compradores deverão comprovar ser ou terem sido concessionários de exploração e produção de petróleo e gás nas bacias do Amazonas e/ou Solimões, além de possuir capacidade instalada de no mínimo 200MWh de geração termelétrica no Brasil.
Segundo a companhia, existem estudos avançados para a construção de uma termelétrica a gás na região, que serão entregues ao vencedor da disputa pelo negócio.
A Petrobras informou ainda que o campo de Azulão "possui volume significativo de gás natural" e que os governos estadual e federal "usualmente oferecem expressivos benefícios para companhias operando na região".
O processo para a negociação do Campo de Azulão teve início com a divulgação da oportunidade de venda, em um procedimento que deverá agora ser adotado pela petroleira em seu plano de desinvestimentos, em atendimento a orientações do Tribunal de Contas da União (TCU).














