A Petrobras anunciou ontem ter tido lucro líquido de R$ 35 bilhões (US$ 6 bilhões) no primeiro trimestre do ano. Os investimentos atingiram R$ 23,7 bilhões (US$ 4,1 bilhões), concentrados em projetos do pré-sal nos campos de Búzios e Atapu, no pré-sal da Bacia de Santos, na costa do Rio de Janeiro.
A companhia também registrou uma forte geração de caixa, alcançando um Ebitda, um dos indicadores financeiros utilizados para avaliar uma empresa, ajustado de R$ 61 bilhões (US$ 10,5 bilhões) e um Fluxo de Caixa Operacional (FCO) de R$ 49,3 bilhões (US$ 8,5 bilhões). O FCO representa o que a empresa gerou de caixa a partir de suas operações.
“Iniciamos o ano de 2025 com resultados operacionais e financeiros robustos, que refletem a capacidade técnica da Petrobras em superar desafios e gerar valor para a sociedade brasileira. Aumentamos a nossa produção em 5,4% em relação ao último trimestre de 2024 e assim alcançamos um caixa de US$ 8,5 bilhões com as nossas operações, que nos permite investir para continuar gerando valor e remunerar os nossos acionistas”, disse a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
A Petrobras pagou R$ 65,7 bilhões em tributos no período.
O Conselho de Administração aprovou o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio no valor de R$ 11,72 bilhões, como antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2025.
“O crescimento de 33,6% nos investimentos totais da Petrobras no primeiro trimestre desde ano em comparação com igual período do ano passado – que passaram de US$ 3 bilhões para US$ 4 bilhões -, demonstra o apetite da companhia em atuar em novas fronteiras exploratórias e manutenção da curva de produção e em ampliar sua eficiência operacional. No entanto, é preciso avançar também em investimentos em novas rotas tecnológicas de baixo carbono, quesitos estratégicos que ficaram a desejar, visto que as inversões em gás e energia de baixo carbono caíram 48,9% nos últimos 12 meses”.
A observação é do coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, ao comentar os resultados da Petrobras no primeiro trimestre de 2025, divulgados pela empresa. Ele alerta para a necessidade de mudanças urgentes na política de distribuição de dividendos da empresa:
“Os R$ 11,7 bilhões de dividendos para acionistas anunciados pela empresa representam 33,3% do lucro líquido registrado no trimestre. Mas quando olhamos sua trajetória na gestão Magda Chambriard (entre o segundo trimestre de 2024 e o deste ano), nota-se que o total de dividendos pagos, de R$ 74,1 bilhões, é 1,53 vezes superior ao lucro líquido auferido pela companhia no período, que foi de R$ 48,2 bilhões”, destaca Bacelar.
“Se, por um lado, é essencial que a companhia avance no sentido de sua eficiência operacional e geração de valor, a manutenção na distribuição de vultosos dividendos pode representar um risco para a garantia de investimentos de longo prazo necessários, em especial na transição energética, ou ainda para enfrentar a volatilidade de uma geopolítica global em transformação”, diz Bacelar.
Para o dirigente da FUP, o anúncio feito pela empresa de uma política de “austeridade” para projetos e custos deveria incluir também a remuneração de acionistas. “Os ajustes conjunturais não devem atingir investimentos e projetos estratégicos, tampouco significar uma redução das condições de saúde e segurança de seus trabalhadores”, afirma ele, referindo-se a duras negociações trabalhistas que vêm sendo travadas com a Petrobras.
Matéria atualizada às 15h15 com posição da FUP
Com informações da Agência Brasil
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