Petroleiro tem maior produtividade da indústria no Brasil

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Petroleiros em plataforma (Foto: Stérfeson Faria/ Ag. Petrobras)
Petroleiros em plataforma (Foto: Stérfeson Faria/ Ag. Petrobras)

Há anos a indústria brasileira definha, em um processo de desindustrialização. Dados do Ibre/FGV mostram que a indústria de transformação foi responsável por 11,3% do PIB no 1º trimestre deste ano – meio ponto percentual a menos do que o mesmo período de 2019. Em meados da década de 1980, este número era próximo a 25%.

A indústria é responsável por pagar salários mais elevados, afirma Eric Gil Dantas, economista do Ibeps e doutor em Ciência Política, em artigo para a Federação Nacional dos Petroleiros.

“Segundo a Pnad Contínua do IBGE, o rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos entre fevereiro e abril deste ano foi de R$ 2.532. Já o salário médio da indústria, segundo o PIA 2019 do IBGE, foi de 3,2 salários mínimos (R$ 3.520 em valores de 2021), 39% a mais do que a média geral brasileira. Além disto, a indústria é o polo mais dinâmico em investimentos e inovação. Isto é, quanto menos indústria em um país, pior para a economia.”

“Como consequência de uma política ultraliberal, continuamos com a destruição da indústria nacional. O número de empresas industriais reduziu em 8,5% de 2013 a 2019. No mesmo período, a quantidade de pessoas ocupadas na indústria diminuiu 15,6%, isto é, 7,6 milhões a menos de empregos.”

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Dantas ressalta que mesmo incluindo a indústria extrativista, a participação do PIB industrial caiu para 20,4%, “consideravelmente menor do que os 25,6% de 1996 – mesmo com a força das commodities, inclusa nesta conta como indústria extrativista.”

A extração de petróleo e gás, que faz parte da indústria extrativa, atingiu 15,2% de participação no valor de transformação da indústria, a maior fatia em dez anos. E o petroleiro é responsável pela maior produtividade de toda a indústria brasileira. “Produtividade aqui é a razão entre o valor da transformação industrial e a quantidade de pessoal ocupado na empresa, isto é, quanto cada trabalhador é responsável por geração de novo valor na economia”, explica o economista.

Cada petroleiro adicionou, em média, R$ 8,58 milhões em 2019, 4.561% a mais do que a média da indústria em geral, e 4.945% a mais do que a média da indústria de transformação.

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