Petrolíferas desistem de projetos caros e complexos

297

As maiores petrolíferas do mundo estão deixando de lado grandes projetos que, até há alguns anos, elas divulgavam como sendo o futuro do setor, afirma matéria do Wall Street Journal.

As baixas incluem projetos de exploração em águas ultraprofundas, embarcações imensas usadas como fábricas flutuantes de gás natural liquefeito e tecnologias que poderiam reduzir drasticamente a emissão de combustíveis fósseis. A anglo-holandesa Royal Dutch Shell PLC, a americana Chevron Corp. e a australiana Woodside Petroleum PLC são algumas das grandes empresas de petróleo que estão cancelando ou adiando projetos ambiciosos.

Um novo exemplo dessa tendência foi divulgado na quarta-feira, quando a Shell informou ter registrado queda de 83% no lucro do primeiro trimestre ante um ano atrás. A empresa afirmou que vai cortar seus gastos de capital em mais 10% neste ano, para US$ 30 bilhões.

Desde que os preços do petróleo começaram a cair, há quase dois anos, a indústria petrolífera já adiou ou cancelou US$ 270 bilhões em projetos, estima a consultoria norueguesa Rystad Energy. Grande parte desses cortes está ligada a projetos de alta tecnologia que já foram considerados vitais para sustentar a oferta global de petróleo.

Espaço Publicitáriocnseg

É uma reviravolta drástica em relação aos últimos dez anos, quando a demanda crescente e a redução das fontes alçaram os preços do petróleo às alturas e levaram as petrolíferas a novas fronteiras de exploração, não importava a que custo.

Segundo a firma de dados IHS Inc., o setor de petróleo e gás gastou cerca de 15% menos em pesquisa e desenvolvimento em 2015 — quando o preço médio do petróleo ficou em torno de US$ 50 por barril — do que em 2014, quando ele foi de US$ 100.

“Vemos um recuo dos clientes em projetos realmente complexos”, diz Kishore Sundararajan, diretor de tecnologia da GE Oil & Gas, a divisão de serviços de petróleo da General Electric Inc.

Iniciativas para recriar em outros países o boom da exploração de formações de xisto vivido pelos Estados Unidos também foram suprimidas por razões políticas, geológicas e técnicas, além da queda nos preços.

Agora, o foco está cada vez mais voltado para tecnologias que podem reduzir custos e aumentar a eficiência, à medida que as grandes petrolíferas globais continuam cortando bilhões de seus orçamentos e eliminando milhares de empregos.

Os preços subiram para seu nível mais elevado deste ano, com o petróleo do tipo Brent, a referência internacional, atingindo US$ 48,50 por barril no fim de abril. Mesmo assim, as empresas permanecem cautelosas quanto a entrar em novas áreas caras e complexas.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui