Peça de ficção

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Na briga entre Standard and Poor”s e governo estadunidense, dois fatos, ainda que secundários, não deixam de merecer registro: o pouco espaço dado pela mídia pró-banca às respostas da agência de rating (garante ela que a diferença em torno da dívida líquida dos EUA não pesou; a análise teria se baseado no atual nível do débito, no peso em relação ao PIB e nos problemas para lidar com o déficit fiscal, problemas que não foram significativamente afetados pela mudança nos critérios de crescimento dos gastos discricionários do governo); e como US$ 2 trilhões podem simplesmente desaparecer numa “operação” no Orçamento, levantando dúvidas quanto à seriedade de tais números.

Transgênico e arroz
Nesta quinta-feira, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) vai decidir, em Brasília, sobre a liberação do feijão geneticamente melhorado, desenvolvido pela Embrapa. A tecnologia vem sendo desenvolvida há 10 anos por pesquisadores brasileiros que torna o feijão resistente ao vírus do mosaico dourado, uma praga que ataca cultivo em todo país. Os defensores da liberação garantem que diminuiria o uso de agrotóxicos e aumentaria a produtividade da leguminosa.

Rosa de Hiroshima
Pela primeira vez desde que a pesquisa é feita, menos da metade (47%) dos 2.324 alunos de 36 universidades da região japonesa de Chugoku responderam que o bombardeio atômico de Hiroshima e Nagasaki foi “inaceitável”. Em 2010, 53% apoiaram esta resposta. Em 2011, 13% responderam que, de alguma forma, o ato foi justificável e 38% não tinham uma opinião definida. Pelo menos, 69% declararam que a existência de armas nucleares é, em si, inaceitável. O resultado é ainda mais dramático quando se sabe que na região de Chugoku fica Hiroshima.
Não é o único resultado polêmico. Realizada entre 16 de maio e 3 de julho, a pesquisa mostra que 49% acham que as usinas de energia nuclear do Japão devem ficar “do jeito que estão” e 5% acreditam que o uso da energia nuclear deve ser aumentado; 32% responderam que deve ser reduzido; e 13% disseram que deve ser eliminado.
Hideaki Tatekuwa, presidente do Comitê de Paz da Divisão dos Estudantes de Chugoku, comentou: “Os resultados deste ano mostram uma declínio contínuo na conscientização e nos níveis de esperança de que a abolição nuclear seja atingida.”
A pesquisa pode ser encontrada em http://www.sgi.org/assets/pdf/hiroshimasurvey2011.pdf

Privada balzaquiana
Não é apenas no Brasil que os preços do país do real superam os de nações de maior poder aquisitivo. Em Paris, o aluguel de um apartamento na Casa Brasil está na faixa de 500 euros a 1,1 mil euros, o que a coloca entre os mais caros das residências equivalentes de outros países. E quem se hospeda no lugar se depara com uma curiosidade: para ter direito a uma privada no apartamento – os demais têm apenas um mictório – paga-se mais 100 euros. E esse tipo de serviço é oferecido preferencialmente para quem tem pelo menos 30 anos.

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Incentivo pago
Hotéis de Fortaleza estão cobrando dos seus hóspedes acréscimo de R$ 15 por diária. A “taxa de serviço”, segundo os hotéis, é a forma que o governo cearense encontrou para incentivar o turismo – em João Pessoa, Natal, Aracaju….

Pires na mão
Até onde termina o cinismo e começa a incompetência de porta-vozes do mercado, como fez o Wall Street Journal em editorial, ao culpar pelo recrudescimento da crise mundial as “políticas keynesianas” que teriam sido adotadas de 2008 para cá? Chamar as ações de salvamento de banqueiros e especuladores de keynesianismo talvez não seja nem um, nem outro defeito, mas simplesmente desespero de causa para arrancar mais uns trilhões dos Estados nacionais para os mesmos beneficiários de sempre.

Complexo de vira-lata
Como reagiriam as mentes colonizadas tupiniquins se, a menos de um ano das Olimpíadas de 2016, “jornalões” britânicos publicassem editoriais furibundos para sustentar que o Rio não teria condições de sediar um evento desse porte porque imagens de pneus queimados em áreas populares correram o mundo?

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