PF está lidando com um tucano muito esperto

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As ações da Qualicorp chegaram a desvalorizar até 7% quando o mercado tomou conhecimento da prisão do seu fundador, José Seripieri Filho, o Júnior, pelo envolvimento na operação da Polícia Federal que tem como foco a investigação de irregularidades com relação à campanha do ex-governador José Serra de 2014, na eleição para o Senado, por São Paulo. A queda foi interrompida após a companhia confirmar que a sede e outros locais da empresa foram alvos de mandados de busca e apreensão, mas a nova administração adotará as medidas necessárias e colaborará com as autoridades públicas competentes. Depois disso, as perdas foram reduzidas para 5%.

Tudo indica que os contumazes sofredores acionistas vão continuar a enfrentar problemas. Para os analistas do Credit Suisse, “ainda existe muita incerteza e que parece difícil mensurar qual o nível de envolvimento da Qualicorp com este tópico”. Júnior já provocou perdas de 30% para os demais sócios e derrubou o valor de mercado da empresa de R$ 3,3 bilhões para R$ 1,35 bilhão ao fazer com a maior doçura possível a seguinte ameaça: como ele já não era mais o acionista controlador há algum tempo, passou a querer desenvolver projetos inovadores na área de saúde com muito potencial de ganho, porém fora da Qualicorp, mas se ele não acreditasse no enorme potencial da companhia e na valorização das ações, não aceitaria o pagamento de R$ 150 milhões se comprometendo a não abrir concorrência, nem vender suas ações pelo prazo de seis anos.

O engraçado é que o Conselho da Qualicorp, que aprovou o pagamento, não levou em consideração os artigos 153 e a55 da Lei das Sociedades por Ações, que o administrador deve “empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios” e, ainda, “servir com lealdade” à companhia. Ou seja, só por causa da vontade de Júnior criar uma concorrente, ele deveria ser punido e não ganhar dinheiro com isso. Agora que foi aberta a “temporada de caça aos tucanos”, e o sagaz Júnior deve ter outros problemas para resolver, fica a pergunta: o tucano Júnior é mais esperto que o tucano João Dória?

 

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Via Varejo segue IRB e publica fake news

A Comissão de Valores Mobiliários instaurou processo administrativo para investigar a divulgação, pela Via Varejo, de mensagens no Twitter que mostraram números fortes das vendas da varejista entre maio e junho. Essa divulgação impulsionou os papéis da empresa negociados na B3, e a área de Relações com Investidores demorou cerca de três horas para agir e se retratou apagando o tweet. Entretanto, os números apagados foram posteriormente republicados através de fato relevante, mostrando um significativo crescimento de três ou mesmo quatro dígitos em todas as categorias informadas.

A equipe de análise da Levante Ideias de Investimento chama atenção para um aspecto superinteressante: essa revelação não autorizada estranhamente aconteceu no dia do vencimento de opções. A CVM tem de ser dura. Tem de exigir da empresa o afastamento dos possíveis pontos fracos na área de Relações com Investidores. Aumentar as multas para os responsáveis e afastar do mercado por algum tempo aqueles que operaram no mercado de opções com informações privilegiadas.

 

JHSF enrolada com a Justiça Eleitoral

A JHSF Participações também sofreu com mandato de busca e apreensão da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo. A ação, ocorrida nesta terça-feira, tem como objetivo localizar eventual contrato entre a companhia e a LRC Eventos e Promoções de 2014 para a compra de ingressos Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Diz a empresa que gastou R$ 50 mil na campanha de José Serra. A JHSF Participações aproveitou e informou ao mercado que as vendas realizadas por meio dos canais digitais próprios da companhia alcançaram R$ 94,9 milhões no encerramento do primeiro semestre de 2020. No ano de 2019 inteiro somaram R$ 53 milhões.

 

Rio Bravo afasta liminar para reduzir aluguéis

O fundo Rio Bravo Renda Varejo conseguiu reverter decisão liminar para a redução dos preços de aluguéis das agências bancárias locadas pelo Santander. Em 10 de julho, o fundo da Rio Bravo recebeu do banco uma notificação informando sobre 28 ações judiciais com o objetivo de reduzir os valores dos aluguéis dos imóveis diante da pandemia de coronavírus. A gestora informou que todos os processos judiciais tiveram as liminares rejeitadas, o que não significa que as ações foram encerradas, pois a locatária ainda tem a possibilidade de recorrer das decisões.

O status atual de rejeição de 100% das liminares corrobora a visão do fundo de que os valores não devem ser revistos, e o empenho do corpo jurídico para reverter as liminares, até o momento, traz conforto para os cotistas até que as matérias sejam julgadas em definitivo”, disse a Rio Bravo, em relatório extraordinário. A gestora alega que os imóveis foram adquiridos no formato de sale and lease back e, posteriormente, locados ao banco como operações imobiliárias de longo prazo, com contratos atípicos de locação. Todos os contratos foram celebrados por dez anos, vedada a revisão dos valores dos aluguéis durante esse período. “Condições comerciais, como valores dos aluguéis, reajuste por indexador ao longo do contrato e prazos de vigência são essenciais e imprescindíveis para definir a viabilidade da operação e inclusive prover mais segurança jurídica a todo o mercado imobiliário. Qualquer alteração em algum destes termos durante a vigência do contrato pode inviabilizar a operação e trazer prejuízos financeiros para o fundo”, argumenta a gestora.

No documento, a Rio Bravo também afirma que as agências bancárias são caracterizadas como atividade essencial e, portanto, não houve qualquer paralisação mandatória pelas autoridades por conta da Covid-19. De acordo com a gestora, o deferimento das liminares poderia impactar de imediato 50% das receitas provenientes das agências do Santander. Como os aluguéis para o banco representam cerca de 55% da receita do FII, todas as ações poderiam refletir sobre 27% das receitas atuais do fundo.

 

Ação da Vivará em tendência de alta

A ação da Vivara está em tendência de alta, segundo relatório do Itaú BBA. A cotação ultrapassou a resistência inicial em R$ 22,80 e ganhou força, e os próximos objetivos estão em R$ 25,65 e R$ 29,20.

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