Apesar de receita elevada, Pfizer demite 150

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Pfizer (Foto: Michael Nagle/Ag. Xinhua)
Pfizer (Foto: Michael Nagle/Ag. Xinhua)

Nesta quarta-feira, sindicalistas fizeram uma “greve de ocupação” na farmacêutica Pfizer, em Chácara Santo Antônio, na capital paulista. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria Química (CNTQ), o movimento se deveu “à intransigência de representantes da empresa que se recusam a negociar as 150 demissões.”

Segundo o presidente da CNTQ, Antônio Silvam, após a empresa obter faturamento de US$ 25,7 bilhões no primeiro trimestre de 2022, decidiu fazer demissões imotivadas. A Pfizer confirma que 126 foram demitidos. Em 2021, a companhia obteve um lucro líquido de US$ 22 bilhões.

Em nota, a Pfizer afirma que está transformando a companhia em uma organização biofarmacêutica, que exige mudanças na interação com profissionais da saúde. “Como resultado dessa transformação, deixamos de ter a atividade de promoção e propaganda médica por meio de representantes, propagandistas, promotores e consultores.”

Ainda segundo a farmacêutica, as demissões representam 7% do quadro de funcionários no Brasil. “Muitos colegas que possuíam o perfil adequado para essa nova forma de trabalhar assumiram novas posições”, diz a nota.

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Na semana passada foi a vez da Caoa Chery. Em audiência de mediação realizada na manhã da última sexta-feira, o Ministério Público do Trabalho (MPT) apresentou para os representantes da empresa proposta para reduzir o impacto social das possíveis demissões de mais de 400 trabalhadores da fábrica da empresa em Jacareí (SP). O encontro teve a participação do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.

Segundo informado pela empresa, a planta de Jacareí será provisoriamente fechada, resultando no desligamento dos trabalhadores que atualmente se ativam na linha de produção, com o objetivo de planejar um reposicionamento de mercado. A intenção da Caoa é reabrir a fábrica em meados de 2023, com foco na manufatura de carros elétricos.

Um acordo chegou a ser proposto pelo sindicato, de manter os empregados em sistema de lay-off, mas a empresa declinou dias depois. Na audiência, os representantes da Caoa afirmaram ao MPT que a concessão de lay-off esbarra em um “impedimento jurídico”, e que anuir a tal proposta representaria uma “fraude ao governo”.

A procuradora Celeste Maria Ramos Marques Medeiros, que conduziu a mediação, propôs que a Caoa Chery pague aos trabalhadores demitidos uma indenização individual que inclua um período de 20 salários para quem sair no primeiro mês, com redução de um salário a cada mês até 15 salários para quem sair posteriormente.

A proposta também contém a manutenção dos planos de saúde, odontológicos e vale refeição por período não inferior a 18 meses; o compromisso da empresa em priorizar a contratação dos trabalhadores desligados quando houver o início da produção dos carros elétricos; o treinamento destes trabalhadores para a realização das atividades na nova planta; e a preservação das estabilidades legais e convencionais nos empregos.

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