Phishing cresceu 26% nos seis primeiros meses de 2021

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Código binário (Foto: Carsten Mueller/Freeimages)
Código binário (Foto: Carsten Mueller/Freeimages)

Com o aumento da demanda digital nos últimos anos, influenciada principalmente pela pandemia de Covid-19, os casos envolvendo fraudes eletrônicas estão cada vez mais presentes no dia a dia da população. Segundo pesquisa realizada pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), somente no primeiro semestre de 2021, os golpes de engenharia social (nos quais os dados das vítimas são usados por estelionatários digitais) aumentaram 165% no Brasil, em comparação com o segundo semestre de 2020. Um levantamento realizado pela Deep Legal, em mais de 60% dos casos judicializados, as instituições são condenadas, ainda que parcialmente.

Entre as fraudes de engenharia social mais comuns estão o ‘golpe do motoboy’, golpes no WhatsApp e o phishing (que teve crescimento de 26% nos seis primeiros meses de 2021, segundo a Febraban). Nesta modalidade, a pessoa recebe um link em nome de uma empresa com a qual mantém relacionamento ou com ofertas sedutoras e acaba fornecendo os dados pessoais e bancários sem perceber que se trata de um site falso.

O estudo feito pela Deep Legal coletou informações de diferentes bancos de dados do judiciário brasileiro, em cerca de mil processos em curso envolvendo fraudes eletrônicas. Em mais de 60% das decisões judiciais, as empresas foram condenadas de alguma forma a ressarcir os clientes. Ainda segundo o levantamento da Deep Legal, as instituições financeiras e de pagamento (de diferentes portes) são as mais demandadas na Justiça por casos de fraudes eletrônicas, seguidas por empresas de telefonia e do varejo.

Com o volume de golpes em ascensão e cada vez mais sofisticados, a especialista defende a necessidade de as empresas investirem em orientação e campanhas educativas, alertando continuamente seus clientes sobre os cuidados com operações eletrônicas.

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Além disso, os avanços da tecnologia de inteligência artificial (IA) possibilitaram usar as vozes e as expressões faciais na criação de novos conteúdos. O uso dessa técnica, conhecida como “deepfake”, vem ganhando popularidade nos últimos anos, porém também representa um desafio para as pessoas. E a complexidade deles aumentam frente ao desconhecimento sobre este fenômeno na América Latina. De acordo com a pesquisa “A infodemia e os impactos na vida digital” da Kaspersky, em parceria com a Corpa, a maioria dos entrevistados latinos não sabem reconhecer quando um vídeo foi editado usando o deepfake, algo que pode favorecer as campanhas de desinformação e contribuir para a sobrecarga mental das pessoas.

Deepfake tem sua origem das palavras “deep”, de “deep learning” ou “aprendizado profundo”, e “fake”, que significa falso. Essa técnica consiste em um método avançado de inteligência artificial (IA) que coleta dados sobre expressões e movimentos físicos que são processados ​​por meio de uma rede gerativa antagônica (GAN) para criar um vídeo falso muito realista. Essa técnica, criada exclusivamente para aplicações cinematográficas em Hollywood, agora está acessível para as pessoas, o que inundou a internet com conteúdos que podem ser confusos e até mesmo fraudulentos

De acordo com a pesquisa da Kaspersky, 66% dos brasileiros ignoram a existência dessa técnica. Entre os participantes da pesquisa, os peruanos (75%) são os que têm menos conhecimento sobre deepfake, e são seguidos pelos mexicanos e chilenos (ambos com 72%), argentinos (67%), brasileiros e colombianos (63%). Para os especialistas em cibersegurança, o resultado é preocupante porque podem ajudar táticas de engenharia social e fraudes a terem sucesso.

O relatório da Kaspersky revela também que a maioria dos entrevistados na América Latina (67%) não reconhece quando um vídeo foi editado digitalmente usando essa técnica, com os colombianos sendo os que menos conseguem reconhecê-lo (72%). Eles são seguidos pelos brasileiros (71%), chilenos (70%), argentinos (68%), mexicanos (62%) e peruanos (57%). Os resultados se tornam mais preocupantes se for considerado que, além de vídeos sendo compartilhados nas redes sociais ou WhatsApp, já foram reportadas fraudes em plataformas de busca de emprego, que usam essa tecnologia. Criminosos manipulam essa técnica para criar perfis falsos a fim de enganar vítimas e conseguir ter acesso a suas informações. Também se deve levar em conta os incidentes em que o deepfake foi usado para imitar a voz de empreendedores ou figuras públicas com a intenção de criar ou amplificar a desinformação.

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