A economia brasileira pode apresentar queda de 5% ou mais neste ano, e o desemprego deve aumentar muito. A previsão do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que participou nesta sexta-feira de uma transmissão organizada pelo Valor Capital Group, fundo de investimentos norte-americano.
Na opinião de Campos Neto, o tamanho da queda do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) vai depender da extensão das medidas de isolamento social.
“É difícil prever, depende da extensão do isolamento social adotado em diferentes locais. O desemprego vai ser alto. Alguns agentes do mercado falam que o crescimento (do desemprego) será de provavelmente 15% ou um pouco mais”, disse
Nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB teve queda de 1,5% no primeiro trimestre, na comparação com último trimestre de 2019.Em relação ao primeiro trimestre de 2019, a queda ficou em 0,3%. Em 12 meses, o PIB acumula alta de 0,9%.
Campos Neto afirmou que mesmo quando as medidas de isolamento social chegarem ao fim, por um fator psicológico as pessoas não voltarão a hábitos anteriores imediatamente. Ele acredita que esse fator do medo deve permanecer, pelo menos, até a metade do próximo ano.
O presidente do BC disse ainda que se os bancos foram o problema na crise de 2008, agora fazem parte da solução. “Temos que garantir que as pessoas e empresas tenham recursos e uma forma de eficiente de acesso aos recursos é por meio do sistema financeiro”, disse, acrescentando que é preciso garantir liquidez para os bancos, mas também manter as medidas de inclusão e educação financeira.
