O Produto Interno Bruto (PIB, medida da economia de um país) brasileiro totalizou R$ 10,9 trilhões em 2023. O PIB per capita alcançou R$ 50.193,72, um avanço real de 2,2% ante o ano anterior. A taxa de investimento caiu 3% no ano e ficou em 16,5% do PIB, a menor desde 2019, quando foi de 15,5%.
Antes da recessão provocada pelo agravamento do modelo econômico neoliberal, a taxa de investimentos, medida pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em relação ao PIB, era acima de 20%, por exemplo em 2014 e 2015, quando ficou na faixa de 22% a 23%.
Analistas do mercado financeiro veem, na queda dos investimentos, os efeitos da taxa de juros, que foi a mais alta do mundo em boa parte do ano passado.
“Se nós olharmos os quatro trimestres do ano, nós vemos uma desaceleração, efeito dos juros muito elevados. Aliás, o Brasil conseguiu crescer 2,9% com uma Selic de quase 14% no pico, algo até heroico”, comenta Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
“O segmento ainda tem sentido os efeitos cumulativos da política monetária restritiva e as condições mais apertadas do mercado de crédito. Contudo, o dado do último trimestre pode ser um sinal de retomada para este ano, dado o ciclo de queda da Selic”, analisa Rafael Perez, economista da Suno Research. Perez se referiu à alta de 0,9% da FBCF no 4º trimestre de 2023 (4T23) sobre o 3T23.
Outra notícia ruim, segundo Gala, foi a contração de 1,3% da indústria da transformação monofatura, “o que mostra uma nova desindustrialização do País, um grande problema que enfrentamos”.
A taxa de poupança ficou em 15,4% em 2023 (ante 15,8% de 2022).
Frente ao 3º trimestre, na série com ajuste sazonal, o PIB apresentou estabilidade (0,0%). A Indústria avançou 1,3%, os Serviços apresentaram variação positiva de 0,3%, enquanto a Agropecuária recuou 5,3%.