A Nova Frente Popular (NFP), reunião de partidos de esquerda na França, melhorará a vida das pessoas comuns e é uma alternativa eficaz e economicamente sólida à extrema direita. Esta é a afirmação feita pelo mais badalado economista francês da atualidade, Thomas Piketty, conhecido mundialmente pelos seus trabalhos sobre desigualdade e concentração de renda.
No artigo “A ‘extrema-esquerda’ da França foi demonizada – mas a sua agenda é realista, não radical”, escrito com Julia Cagé e publicado no jornal britânico The Guardian nesta quarta-feira, Piketty diz que a NFP é inspirada na Frente Popular, “que em 1936 surgiu sob a ameaça do fascismo para governar a França. Esta coligação de esquerda – socialistas e comunistas – representou uma verdadeira mudança para as classes trabalhadoras, com políticas como a introdução de férias remuneradas de duas semanas e uma lei que limita a semana de trabalho a 40 horas”.
“A NFP segue hoje um caminho semelhante, com políticas ambiciosas para melhorar o poder de compra das pessoas pobres e da classe média baixa. Estas reformas incluem um aumento substancial do salário mínimo, salários indexados aos preços e merenda escolar gratuita”, prosseguem os autores. Propõe também, a aliança de esquerda, elevar a despesa pública em infraestrutura – em todo o país, incluindo em zonas rurais isoladas, onde a direita de Marine Le Pen e Jordan Bardella tiveram maioria dos votos – bem como na saúde, educação e investigação. Piketty e Cagé lembram que a produtividade do trabalho, sob Macron, diminuiu 5% desde 2019.
Os planos da NFP são equilibrados do ponto de vista orçamentário, obtendo recursos através de uma tributação progressiva da riqueza, da introdução de um imposto de saída, da tributação efetiva das empresas multinacionais e de uma tão esperada luta contra o dumping social, fiscal e ambiental.
“Em contrapartida, a extrema-direita defende a revogação do imposto existente sobre os multimilionários. Afirma que financiará as suas políticas visando os estrangeiros e os beneficiários da seguridade social, mas isso irá simplesmente gerar mais desilusão econômica e mais tensões”, concluem.
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Quem paga a conta ‘verde’?
Segundo o estudo “Financing the Green Energy Transition”, da consultoria Deloitte, uma “estrutura financeira inovadora” poderia economizar ao mundo US$ 50 trilhões em projetos na descarbonização do sistema energético.
Uma proposta é que bancos de desenvolvimento participem inicialmente dos projetos, em sua fase mais crítica, e depois façam a distribuição no mercado secundário. Ou a utilização de “capital concessional e outros mecanismos de mitigação de riscos, para ajudar a tornar os projetos mais atraentes para investidores privados”.
A coluna suspeita que as propostas parecem transferir os riscos para os governos e bancos de desenvolvimento e os lucros para o setor privado.
Rápidas
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