Pior crise no petróleo em 100 anos

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As petrolíferas vêm sendo duplamente afetadas pelo ambiente atual de negócios, em que tanto a demanda quanto o preço do petróleo e derivados estão em queda, lamentou o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, em videoconferência com analistas e investidores na tarde desta quinta-feira.

Castello Branco disse que sua percepção é de que se está vivendo um momento sem precedentes. “Isso é mais sério do que tivemos no passado. É talvez a pior crise sofrida pela indústria do petróleo em 100 anos. Não há fórmula para lidar com essa crise.”

A diretoria da Petrobras avalia que ainda é cedo para prever cenários, mas adiantou que a companhia pretende se preparar para lidar com o preço do barril de petróleo a US$ 25 em vez de US$ 40.

O cenário internacional é mais pessimista. “[Ninguém] pode ter certeza de que a produção será encerrada com rapidez suficiente para não sobrecarregar nossa capacidade de armazenar petróleo”, disse a JBC Energy em nota. A empresa apontou que as refinarias cortam o processamento porque estão ficando sem capacidade armazenamento, como o Baton Rouge da Exxon. “Nesse ambiente, é possível que os preços do Brent cheguem brevemente a US$ 10 por barril, como em 1986 ou 1998”, concluiu a JBC.

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O superávit mundial de petróleo pode atingir 20 milhões de barris por dia (mb/d) nas próximas semanas, atesta matéria da Oilprice.com. Os pedidos de isolamento nos EUA continuam a se multiplicar, confinando dezenas de milhões de pessoas em suas casas. Grande parte da Europa Ocidental também permanece confinada.

Apesar do quadro, o presidente da Petrobras garantiu que haverá continuidade no programa de desinvestimentos. Ele admitiu, porém, que o valor dos ativos foi afetado pela crise e disse que será preciso analisar essa queda. “Não vimos nenhum sinal de falta de interesse em nossos possíveis compradores. Pelo contrário. Ontem [25] recebi a mensagem de um deles reafirmando seu interesse no ativo”, afirmou.

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