Pix parcelado chega em setembro

Cartão de débito movimentou R$ 2,6 bi em valor transacionado por recorrência em 2024, com tíquete médio de R$ 36,35

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Pix (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)
Pix (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

O Banco Central anunciou que, a partir de setembro, os brasileiros poderão utilizar o Pix para fazer pagamentos parcelados. A nova funcionalidade permitirá dividir compras em várias vezes, com cobrança de juros, mas garantindo ao vendedor o recebimento do valor integral no momento da transação. A iniciativa promete oferecer uma alternativa mais acessível ao parcelamento tradicional no cartão de crédito.

Segundo Luiz Guardieiro, diretor de Receita da Portão 3 (P3), a novidade deve facilitar o acesso ao crédito para consumidores que não possuem cartão ou enfrentam restrições bancárias, promovendo maior inclusão financeira.

“A expectativa é de que o novo formato incentive o comércio e gere maior competitividade entre os meios de pagamento, especialmente no varejo físico e online”, afirma.

O BC também antecipou outra funcionalidade prevista para 2026: o chamado “Pix em garantia”. Nesse modelo, empresas poderão usar valores que têm a receber por meio do Pix como garantia em operações de financiamento. Isso pode reduzir os custos do crédito e ampliar a capacidade de investimento de pequenos e médios negócios.

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Além disso, a partir de 1º de outubro de 2025, entra em operação o autoatendimento do Mecanismo Especial de Devolução (MED). A ferramenta permitirá que vítimas de fraudes, golpes ou erros bancários solicitem a devolução de valores via Pix de forma totalmente digital, tornando o processo mais ágil e acessível.

“A proposta é fortalecer ainda mais o sistema financeiro nacional, unindo inovação, praticidade e segurança para usuários de todos os perfis”, conclui.

Bancos e adquirentes se preparam para disponibilizar o Pix automático, modalidade que será lançada pelo Banco Central no dia 16 de junho, com foco em recorrência. Para garantir a integração das instituições financeiras e o bom funcionamento da solução, haverá um período de piloto em um ambiente de teste, com início no dia 22 de abril.

Para as empresas, o Pix automático é uma oportunidade de captar novos clientes, especialmente aqueles que não realizavam assinaturas por falta de acesso a crédito, já que a maioria das recorrências exige pagamento com cartão. Outros benefícios são o recebimento mais rápido do saldo via Pix, favorecendo o fluxo de caixa, e o menor custo de transação, cerca de um quarto do valor cobrado pelo cartão de crédito.

Já o consumidor, além de não precisar de um cartão de crédito, será empoderado ganhando maior controle da recorrência, que poderá ser gerenciada e cancelada por ele diretamente no aplicativo do banco sem que precise contatar a empresa. No momento da criação da recorrência, o próprio consumidor pode definir o limite máximo a ser cobrado em caso de assinaturas com valor variável e validar a periodicidade da recorrência, que poderá ser semanal, mensal, trimestral ou anual. Há também benefícios relacionados à segurança da transação, já que não há compartilhamento de dados sensíveis, como número e CVV do cartão de crédito, com o provedor do serviço.

Dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) mostram que pagamentos recorrentes com cartão cresceram 88,5% em apenas dois anos. O cartão de débito movimentou R$ 2,6 bilhões em valor transacionado por recorrência em 2024, com tíquete médio de R$ 36,35. Já para a recorrência com o cartão de crédito, que movimentou R$ 100 bilhões no mesmo período, o tíquete médio observado foi de R$ 84,77. A adição do Pix automático deve aumentar o montante total de pagamentos recorrentes no mercado.

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