Dados recentes do Banco Central mostram que, no primeiro semestre de 2024, o método de pagamento Pix teve mais de 28 bilhões de transações, o equivalente a mais de R$ 11 trilhões transacionados.
E levantamento recente da Cielo mostrou que, no varejo eletrônico, o Pix já bateu o cartão de crédito como o método favorito dos usuários, sendo o mais utilizado por cerca de 67% das pessoas. “O mesmo estudo mostra que, enquanto 92% dos varejistas veem um aumento na utilização do Pix, o dinheiro em espécie vem perdendo tração, com 80% dos comerciantes dizendo que seu uso caiu bastante”, pontua Nathan Mario, gerente geral da Yuno.
Para o executivo, a tendência é que o Pix esteja cada vez mais forte no país, que tem sido um dos líderes globais na utilização de métodos A2A (account-to-account, ou conta a conta, na tradução em português). “Além desses dados do Banco Central e da Cielo, o estudo The Global Payment Report, da Worldpay, mostrou que a modalidade tem capacidade de atingir metade do valor transacionado nos PDVs no Brasil até 2027”, explica.
Ainda segundo Nathan, “dados de um estudo da Fiserv já nos mostram que a Geração Z está disposta a abandonar o cartão de crédito em pagamentos de contas como luz e água (32%), ou então em transações recorrentes de assinaturas (19%). O Pix Automático pode chegar a essas pessoas, movimentando a economia em diferentes setores, pois mais serviços passarão a ser pagos pela plataforma, como, por exemplo, o agendamento de faturas de gás e luz e também outras finalidades como mensalidades escolares e até parcelamentos de consórcio”.
“De acordo com o Banco Central, o Pix contribuiu para a inclusão financeira de mais de 71 milhões de brasileiros, sendo os estados com menos agências bancárias físicas os que mais utilizam a plataforma”, explica o executivo.
Com cerca de três anos de existência, o Pix atingiu recentemente seu recorde de operações, chegando a 224 milhões de transações em um único dia. Em 2023, foi o meio de pagamento mais popular do Brasil, com quase 43 bilhões de operações, um crescimento de 75% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Já o estudo “Da cédula ao Drex: a evolução do uso do dinheiro em 30 anos”, realizado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (Ibpad) em comemoração à três décadas da moeda, analisou tanto as percepções sobre o impacto do Plano Real como a jornada de inclusão financeira e bancarização do brasileiro.
Segundo o levantamento, 66% dos brasileiros se consideram total ou parcialmente incluídos financeiramente. Como impacto do aumento da inclusão de serviços financeiros, a pesquisa identificou que, dos entrevistados, 78% já possuem conta em alguma instituição financeira. O estudo ainda revela um dos principais vetores que motivaram a porta de entrada para a inclusão financeira: a abertura de conta.
De acordo com a pesquisa, 35% dos brasileiros abriram sua primeira conta para receber salário ou bolsas, mas as inovações em pagamentos também foram alavancas, já que 32%, ou seja ⅓, responderam que abriram sua primeira conta para receber e fazer Pix.
Os brasileiros que afirmam se sentirem excluídos financeiramente (34%), dizem que o principal motivo para a percepção de exclusão financeira está ligado ao acesso ao crédito. A conclusão se dá, uma vez que, quando perguntados porque se sentem pouco ou nada incluídos financeiramente, as três respostas mais apontadas são relacionadas a acesso a crédito, consolidando 73% das respostas.
Dos 63% que não investem, 54% afirmam não aplicar por falta de dinheiro. Entretanto, 78% indicam ter algum recurso sobrando todos os meses. Ou seja, grande parte não visualiza a possibilidade de investimento de valores baixos e durante um período curto de tempo. O Estudo mostra que 15% não sabem por onde começar e 12% acham complicado/difícil.
A pesquisa também mostra que a poupança é a aplicação mais conhecida pelos entrevistados (90%) e também a modalidade de investimento mais usada (45%) sendo a única com penetração acima de 30% em todas as classes sociais.
O sonho da casa própria, listada como primeiro entre os motivos para investir, é apontado por 25% dos brasileiros. Já 22% começam a investir sem ter um plano específico.
De acordo com o levantamento, 38% dos brasileiros se lembram de quando a moeda mudou do cruzeiro real para o real. Já 30% não se recordam, mas afirmam conhecer a história. Outros 32% não se lembram.
A pesquisa ainda mostra que 48% dos entrevistados acreditam que a nova moeda refletiu em mais estabilidade financeira para ele e sua família. Para 52% o seu poder de compra aumentou com a mudança.
A pesquisa também analisou a relação dos brasileiros com os bancos digitais e buscou mapear quais as principais razões para abertura de contas em fintechs e neobanks: para 34%, o motivo principal é ter conveniência de resolver tudo online sem precisar ir a uma agência física, 31% afirmam que o principal motivo para recorrer aos bancos digitais foi a burocracia reduzida para acessar serviços bancários, como transações via Pix, e 28% responderam que o fator principal é a ausência de taxas.
Quando o assunto é investimento, 58% dos brasileiros entendem que suas aplicações em bancos digitais rendem mais do que nos bancos tradicionais e 62% acreditam que investimentos em bancos digitais podem ser resgatados com mais rapidez.
A pesquisa revela ainda que, para 50% dos brasileiros, o papel-moeda vai acabar em 10 anos. Já 36,5% veem a criação de uma moeda digital única como benéfica para o país.