Parceria com a Noruega
Expansão internacional do refino e central petroquímica na América Latina
Ao detalhar a estratégia para o exterior da Petrobras, no plano de 2008/2012, o diretor da área Internacional, Néstor Cerveró, confirmou a parceria da estatal com a norueguesa Statoil. O diretor viaja nessa terça-feira para integrar a comitiva do presidente Lula que está agora na Finlândia e tem a Noruega como seu próximo destino.
“Eu ainda não posso falar muito, porque o acordo está elaborado, mas ainda não foi assinado. Nós temos uma ótima relação com a Statoil. Esse acordo é um acordo amplo, envolve também contratos ligados ao biodiesel”, adiantou o diretor, sem dar mais detalhes.
Já na Dinamarca, país que também faz parte dos países a serem visitados pelo presidente Lula, Cerveró explicou que se trata de um acordo mais governamental, e portanto a Petrobras não está diretamente envolvida. “Essas negociações seriam, em princípio, mais ligadas ao governo. O acordo começou a ser encaminhado quando o primeiro ministro da Dinamarca visitou o Brasil no início deste ano”, explicou o diretor.
Com relação às notícias divulgadas sobre a intenção do governo equatoriano de renegociar um contrato com a Petrobras, no campo de Palo Azul, Cerveró disse que a estatal ainda está aguardando o posicionamento do governo do país. Segundo ele, até o momento, a companhia não havia sido comunicada de nada.
Central de petroquímica
Dentre as estratégias da Petrobras está a expansão do refino no exterior, o que inclui aquisição de ativos já existentes. Confirmando o interesse da estatal em comprar refinarias fora do Brasil, Cerveró limitou-se a dizer que alguns ativos estão sendo negociados e que não poderia citar o nome dessas empresas por questões estratégicas.
A área chamada de RTCP, que compreende as atividades de refino, transporte, comercialização e petroquímica, receberão investimentos de US$ 3,7 bilhões entre 2008 e 2012. De acordo com o diretor, está em avaliação a construção de uma central petroquímica na América Latina. Cerveró adiantou que o orçamento para a área petroquímica no plano divulgado é de US$ 200 milhões, o que seria destinado à expansão de plantas já existentes, possivelmente na Argentina. No caso, a central petroquímica na AL exigiria uma reformulação do plano de investimento, já que exigiria investimentos muito maiores.
A intenção, nesse caso, é de que a unidade tenha sinergias com as operações da Petrobras nos países em que atua, seguindo a linha da companhia de investir no setor petroquímico. O diretor não informou qual país receberá o investimento em questão, mas adiantou tratar-se de um plano de longo prazo, que deverá ser vislumbrado apenas no final do período previsto, ou seja 2012.
O diretor adiantou também que o empreendimento será em sociedade com “outro ou outros grupos nacionais do setor petroquímico”. Segundo Cerveró, a Petrobras não definiu ainda qual será o peso de sua participação.
Argentina
Do total a ser investido no exterior, os EUA ficaram com a maior parte (US$ 4,9 bilhões). Em segundo lugar, ficou a Argentina, seguida da Nigéria, Angola entre outros. Indagado quanto à estratégia da Petrobras para a Argentina, tendo em vista as questões políticas que levaram à redução do preço do diesel, o diretor ressaltou que qualquer plano terá que levar em conta o cenário atual.
Ele não quis confirmar se há interesse em adquirir os ativos da Exxon, que está saindo do país. Afirmou apenas que o motivo da saída da concorrente não é apenas o preço do diesel, o que significa que o negócio poderia ser interessante para outras empresas. Até 2012, a Petrobras investirá US$ 2,8 bilhões.