O índice de gerentes de compras (PMI, por sua sigla em inglês) do setor industrial dos EUA caiu para 48 pontos em agosto, em comparação aos 49,6 pontos registrados em julho.
Foi o terceiro mês de contração do setor.
Segundo o Monitor do Mercado, o resultado também ficou abaixo da previsão de 49,3 pontos, apontando contração na atividade industrial.
“Por outro lado, o PMI do setor de serviços dos EUA subiu para 55,2 pontos em agosto, segundo a leitura preliminar divulgada pela S&P Global/CIPS. Em julho, o índice havia registrado 55 pontos. A previsão dos analistas era de 54 pontos. Embora o setor de serviços tenha mostrado expansão, o PMI composto, que combina os dados de serviços e do setor industrial, caiu levemente para 54,1 pontos em agosto, ante 54,3 pontos em julho”, diz a publicação.
“O PMI Industrial abaixo da linha de 50 pontos, sugere contração no setor manufatureiro. Essa divulgação traz sinais de que a indústria enfrenta dificuldades persistentes, refletindo desafios como a redução da demanda interna e externa, além da continuidade de problemas nas cadeias de suprimentos. Outro ponto, é que embora o setor de serviços tenha mostrado resiliência sustentando o crescimento geral, a contração na manufatura pode ser vista como mais um sinal de uma desaceleração econômica mais ampla. Se essa tendência continuar, poderemos ver impactos negativos na confiança dos negócios e no mercado de trabalho, elementos cruciais para a saúde econômica dos EUA. Além disso, a política monetária restritiva com taxas de juros ainda elevadas, está agravando a situação, encarecendo o crédito e prejudicando novos investimentos no setor industrial. Um cenário como esse, sem dúvidas exige atenção, e acaba reforçando a decisão do Federal Reserve sobre a necessidade de cortes de juros para evitar uma recessão mais profunda”, diz Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.
Já para o economista José Alfaix, da Rio Bravo, “a divulgação do índice dos gerentes de compras trouxe sinalização mista. De um lado, observamos a atividade econômica do setor de serviços permanecer aquecida, em patamar superior às projeções, e ainda demonstrando otimismo em relação à produção no próximo ano, com as expectativas de menor taxa de juros e inflação controlada. Do outro, o setor de manufatura caiu 1,6 pontos, chegando à casa de 48, território contracionista. Os cinco componentes do PMI de manufatura mostraram fraqueza no mês de agosto, a produção encolheu para o seu menor nível em 14 meses, e pedidos reduziram pelo segundo mês consecutivo. O certo seria dizer que a expansão de serviços indica comportamento saudável na maior parte da economia, vemos que as preocupações com os dados de mercado de trabalho não tem se materializado no consumo de modo geral. Ainda, a queda acentuada do setor de manufatura chama atenção para os próximos resultados.”
E para André Colares, CEO da Smart House Investments, o resultado reflete uma desaceleração na atividade econômica, embora o índice ainda indique expansão, pois permanece acima de 50.
“Essa desaceleração sugere que as políticas monetárias restritivas do Federal Reserve estão começando a impactar mais fortemente a economia americana, o que pode resultar em uma desaceleração mais ampla se essa tendência continuar. Os impactos dessa desaceleração podem ser amplos, influenciando desde as expectativas sobre o crescimento econômico dos EUA até a política monetária futura. Caso o Fed perceba uma desaceleração contínua, isso pode levar a uma reavaliação do ritmo de cortes de juros, o que por sua vez pode afetar o dólar e os mercados globais, incluindo o Brasil. Investidores em mercados emergentes, como o Brasil, devem monitorar de perto esses movimentos, já que uma desaceleração mais acentuada nos EUA poderia afetar o fluxo de capitais e a volatilidade cambial, além de ter repercussões sobre as exportações brasileiras para o mercado americano.”
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