Aumento do IOF não pode, pois o crédito vai encarecer, mas o juro subir e encarecer o crédito, pode, é muito bom…
É um DOGMA, um MANTRA da ortodoxia econômica: juros maiores, apesar de despesa, são um “ELIXIR, que saneia as finanças públicas”. Curiosíssimo, qual banco assessor começaria um M&A a elevar os juros passivos da empresa?
O IOF aumenta a receita, portanto, o resultado primário, de onde saem os recursos para pagar juros e endividamento.
O aumento da Selic, 0,5 ponto percentual sobre R$ 7,5 trilhões, R$ 35 bilhões, foi decretado pelo BC, que é independente, portanto, nem presidente ou Congresso podem modificar! Entrementes: “O BC informa que o rotativo do cartão de crédito chegou em 449% aa.”
O IOF impacta positivamente o “resultado primário”, o que numa empresa, corresponde ao Ebitda, ou, Lajida, a capacidade de gerar caixa e pagar os juros, ademais do principal dos empréstimos, uso dos ativos e impostos sobre renda.
A única forma de reduzir o endividamento público é com “resultado primário”. Porém, um resultado estrutural impõe reduzir a despesa pública, especialmente, privilégios fiscais, previdenciários, salariais (super).
Haddad: “Vamos fazer justiça tributária”; “chamar a turma da cobertura para pagar o condomínio”; “isenções e privilégios”; “a questão dos supersalários e do acordo com as Forças Armadas sobre aposentadoria”.
Não é uma questão de nós contra eles, mas de justiça tributária; nosso sistema é dos mais injustos do mundo.
Paulo Guedes: “Um empresário recolhe 27,5% de IR do empregado, não pode querer pagar zero sobre o rendimento do capital”; “derrubaram a proposta de tributar 60 mil brasileiros que ganham R$ 300 bilhões no exterior”; “o setor público tem aposentadoria 10 vezes maior que a maioria dos brasileiros”; “o Estado brasileiro foi capturado.”
Assim, Judicialização, não, mas…
A Presidência da República, com 50 milhões de votos, não tem a independência do Banco Central para exercer sua competência constitucional?
Artigo 153, § 1º É facultado ao Poder Executivo (…) alterar as alíquotas dos impostos (…)
V – Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
A proposta:
- 1 – 5% sobre aportes acima de R$ 300 mil, em 2027; de R$ 600 mil (previdência privada)
- 2 – 3,38% para 3,5%, transações internacionais: cartão de crédito, débito, pré-pago e moeda.
- 3 – Em U$ 10 mil, de R$ 338 para R$ 350.
- 4 – Remessas para investimentos, de 1,1% para 3,5% (retirado).
Acredito na livre iniciativa e economia de mercado como instrumentos fundamentais para criação de riqueza, eficácia econômica e construção de sociedade democrática, com igualdade de oportunidades. Talvez, “Liberalismo Social” ou “Solidarismo Cristão”.
A radicalização, no passado, prendeu presidentes, destruiu nossa engenharia, cassou direitos políticos, mandatos – eu mesmo, do DCE/PUC; ademais, tive amigos exilados, presos, torturados, executados. Felizmente, anistiados “todos os crimes políticos”, então, sequestros de autoridades, assalto a banco etc. Agora, flertamos com apenar “crimes políticos”, mas à direita.
“Não precisa explicar, eu só queria entender…” Por que aumento dos juros DECRETADO pelo BC, uma DESPESA PÚBLICA é SANEADORA, entretanto, outras despesas que aplacam a fome, custeiam hospitais, mantém escolas etc. são DELETÉRIAS?
É coisa “do pessoal da cobertura”, lá no alto da Faria Lima…
Urge, sim, reduzir a despesa pública dos privilégios fiscais, previdenciários, supersalários e financeiros, especialmente, JUROS, R$ 1 trilhão em 2025.
Helio Paulo Ferraz é empresário.