Pobre no Orçamento e rico no Imposto de Renda

Urge, sim, reduzir a despesa pública, especialmente, juros. Por Helio Paulo Ferraz

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Trabalhadores limpam entrada da sede do Banco Central (BC) em Brasília
Trabalhadores limpam entrada da sede do BC em Brasília (foto de Lucio Tavora, Xinhua)

Aumento do IOF não pode, pois o crédito vai encarecer, mas o juro subir e encarecer o crédito, pode, é muito bom…

É um DOGMA, um MANTRA da ortodoxia econômica: juros maiores, apesar de despesa, são um “ELIXIR, que saneia as finanças públicas”. Curiosíssimo, qual banco assessor começaria um M&A a elevar os juros passivos da empresa?

O IOF aumenta a receita, portanto, o resultado primário, de onde saem os recursos para pagar juros e endividamento.

O aumento da Selic, 0,5 ponto percentual sobre R$ 7,5 trilhões, R$ 35 bilhões, foi decretado pelo BC, que é independente, portanto, nem presidente ou Congresso podem modificar! Entrementes: “O BC informa que o rotativo do cartão de crédito chegou em 449% aa.”

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O IOF impacta positivamente o “resultado primário”, o que numa empresa, corresponde ao Ebitda, ou, Lajida, a capacidade de gerar caixa e pagar os juros, ademais do principal dos empréstimos, uso dos ativos e impostos sobre renda.

A única forma de reduzir o endividamento público é com “resultado primário”. Porém, um resultado estrutural impõe reduzir a despesa pública, especialmente, privilégios fiscais, previdenciários, salariais (super).

Haddad: “Vamos fazer justiça tributária”; “chamar a turma da cobertura para pagar o condomínio”; “isenções e privilégios”; “a questão dos supersalários e do acordo com as Forças Armadas sobre aposentadoria”.

Não é uma questão de nós contra eles, mas de justiça tributária; nosso sistema é dos mais injustos do mundo.

Paulo Guedes: “Um empresário recolhe 27,5% de IR do empregado, não pode querer pagar zero sobre o rendimento do capital”; “derrubaram a proposta de tributar 60 mil brasileiros que ganham R$ 300 bilhões no exterior”; “o setor público tem aposentadoria 10 vezes maior que a maioria dos brasileiros”; “o Estado brasileiro foi capturado.”

Assim, Judicialização, não, mas…

A Presidência da República, com 50 milhões de votos, não tem a independência do Banco Central para exercer sua competência constitucional?

Artigo 153, § 1º É facultado ao Poder Executivo (…) alterar as alíquotas dos impostos (…)

V – Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;

A proposta:

  • 1 – 5% sobre aportes acima de R$ 300 mil, em 2027; de R$ 600 mil (previdência privada)
  • 2 – 3,38% para 3,5%, transações internacionais: cartão de crédito, débito, pré-pago e moeda.
  • 3 – Em U$ 10 mil, de R$ 338 para R$ 350.
  • 4 – Remessas para investimentos, de 1,1% para 3,5% (retirado).

Acredito na livre iniciativa e economia de mercado como instrumentos fundamentais para criação de riqueza, eficácia econômica e construção de sociedade democrática, com igualdade de oportunidades. Talvez, “Liberalismo Social” ou “Solidarismo Cristão”.

A radicalização, no passado, prendeu presidentes, destruiu nossa engenharia, cassou direitos políticos, mandatos – eu mesmo, do DCE/PUC; ademais, tive amigos exilados, presos, torturados, executados. Felizmente, anistiados “todos os crimes políticos”, então, sequestros de autoridades, assalto a banco etc. Agora, flertamos com apenar “crimes políticos”, mas à direita.

“Não precisa explicar, eu só queria entender…” Por que aumento dos juros DECRETADO pelo BC, uma DESPESA PÚBLICA é SANEADORA, entretanto, outras despesas que aplacam a fome, custeiam hospitais, mantém escolas etc. são DELETÉRIAS?

É coisa “do pessoal da cobertura”, lá no alto da Faria Lima…

Urge, sim, reduzir a despesa pública dos privilégios fiscais, previdenciários, supersalários e financeiros, especialmente, JUROS, R$ 1 trilhão em 2025.

Helio Paulo Ferraz é empresário.

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