Otimismo vazio é assim. Pesquisa do Centro das Indústria do Estado de São Paulo (Ciesp), recém-transformado numa espécie de Fisp do T, de tucano, apurou que 80% dos empresários de São Paulo estão “muito confiantes” ou “confiantes” em relação ao ano que vem. Na hora de transformar esse otimismo em investimento, no entanto, apenas 3% anunciam “aumento forte” e 61% “aumento moderado”, leia-se mera manutenção para não perder mercado. Para recorrer às parábolas presidenciais”, é como aquele torcedor que diz acreditar que seu time serão campeão, mas não vai ao jogo.
Rédea curta
“A principal “herança maldita” recebida de oito anos de governo federal liderado pelo PSDB é o poder desmedido e a política implementada pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central, que impõem ao país, aos trabalhadores, ao povo, aos setores empresariais de pequeno e médio porte, bem como ao próprio governo, uma rédea curta que impede o crescimento virtuoso do mercado interno, bloqueia a distribuição de renda e a superação de desigualdades históricas, barra o aumento real do salário mínimo e das aposentadorias, veda a execução de programas estratégicos do governo, favorecendo o setor financeiro.” O parágrafo faz parte do texto aprovado por correntes de esquerda do PT, em seminário realizado no último dia 6, quando procuraram traçar estratégias para o debate político e ideológico em 2005, decisivo para a eleição do ano seguinte.
Vício
“Os juros altos – e que voltaram a crescer – os indefensáveis superávits recordes, a submissão ao capital financeiro e aos chamados mercados (leia-se, aos interesses da especulação) garroteiam a Nação brasileira. É preciso outro rumo, outro modelo econômico-social, totalmente distinto daquele recomendado pelo FMI”, pregam os petistas insatisfeitos com os rumos do governo Lula.
Apesar de lembrar que as mudanças são difíceis e que o governo tem de receber apoio, o documento afirma que “sem sinais de mudanças e se transformarmos o vício em virtude, estaremos dando argumentos a quem diz que não há alternativa ao neoliberalismo”.
Assinam o texto, entre outros, as correntes Articulação de Esquerda, Democracia Socialista, Alternativa Socialista, o deputado federal Chico Alencar (RJ) e o deputado distrital Chico Leite.
Taxiando
O número de passageiros transportados nos vôos domésticos do país cresceu 12,4% em novembro, em relação ao mesmo mês do ano passado. Entre janeiro e novembro, a expansão do tráfego soma 11,9%. Os dados são do Departamento de Aviação Civil (DAC). O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) ressalva, no entanto, que é cedo para dizer que a turbulência passou, porque a base de comparação é fraca, devido ao péssimo desempenho do setor em 2003.
Ano velho
As micro e pequenas empresas optantes do Simples que solicitaram parcelamento de débito junto à Receita Federal têm até dia 30 para concluir o pedido de renegociação da dívida. Para isso, precisam enviar à Receita informações relativas ao valor do débito a ser parcelado e, se for o caso, incluir dívidas não-declaradas quando foi feito o pedido de parcelamento. De acordo com a Receita, cerca de 135 mil empresas fizeram o pedido de renegociação, mas, até agora, apenas 24 mil, ou seja, 17,7% concluíram o processo. As empresas que aderiram ao programa puderam parcelar o débito em até 60 meses, desde que o valor mensal de pagamento não fosse inferior a R$ 50.
Voz rouca
Executivos de empresas brasileiras com interesses na Bolívia contam que é tensa a situação no país, principalmente, na capital La Paz. A Central Obreira Boliviana (COB) e entidades ligadas às comunidades indígenas têm organizado fortes mobilizações pela aprovação da Lei do Hidrocaborneto, que revê a privatização da companhia de gás, principal razão da queda do governo Gonzalo Sánchez de Lozada, derrubado por uma rebelião popular, no fim do ano passado. Uma das principais formas de mobilização é o paro, como os manifestações chamam o bloqueio de estradas e na porta de grandes empresas. Semana passada, o paro durou quatro dias seguidos.