Política e polícia, novamente

Cláudio Castro busca apoio de governadores pré-candidatos e mantém mistura perigosa entre política e polícia.

403
Corpos no Complexo da Penha, trazidos por moradores, após confronto com a polícia do Rio de Janeiro
Corpos no Complexo da Penha (foto de Eusébio Gomes, TV Brasil, via ABr)

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, convocou coletiva nesta quarta-feira para avisar que não entraria em briga política. Na véspera, comemorando a operação nos complexos do Alemão e da Penha, fez questão de dizer que não teve apoio do Governo Federal; no dia seguinte, recebeu apoio político de governadores que sonham ser candidatos em 2026.

Até agora, Castro segue sua briga política, desrespeitando a inteligência alheia e as mortes da 4 integrantes da polícia.

Igualmente desrespeita a inteligência do cidadão a alegação, feita pelos chefes da polícia de Cláudio Castro, de que não sabiam da existência de mais de 70 (!) corpos na mata, que foram retirados pelos moradores – possivelmente obrigados pelos traficantes.

Fato é que qualquer perícia nestes corpos ficou prejudicada pela ausência da polícia, perícia e bombeiros. Não parece fruto do acaso.

Espaço Publicitáriocnseg

Só bala

O Governo do Rio de Janeiro confessou que não tinha – e não tem – planejamento para o dia seguinte à operação nas favelas, a mais mortal até agora na história do estado, quem sabe, do país, com 121 mortos, e contando.

Alguém duvida?

A pergunta é: nesta quinta-feira, os moradores dos complexos da Penha e do Alemão podem andar tranquilos, pois a área não se encontra mais sob domínio do tráfico?

A falta de um planejamento para o dia seguinte e o recente caso no Jacarezinho – quando, em 2021, 28 “chefes do tráfico” foram mortos, e o crime continuou mandando na área – permitem duvidar.

LEIA TAMBÉM:

Bandidagem, polícia e política no Rio de Janeiro | Monitor Mercantil

Precatórios: mais dinheiro, mais longe

A isenção de Imposto de Renda sobre precatórios, como determinado na Emenda Constitucional (EC) 136/2025, tem um lado positivo e outro negativo, na opinião do advogado tributarista Bruno Medeiros Durão: os beneficiados receberão mais por não ter desconto do IR; por outro lado, quanto menor a arrecadação, menor a capacidade de pagar os precatórios.

A EC estabeleceu um teto para o pagamento anual dos precatórios por estados e municípios, permitindo que as dívidas judiciais sejam quitadas em parcelas menores e em prazos mais longos, além de retirar parte dessas despesas do teto de gastos da União.

Para Durão, a renúncia fiscal representa um custo que o Estado precisa absorver em nome da justiça social, mas não resolve o problema estrutural da dívida. “Estamos diante de um dilema: a Emenda tenta dar fôlego ao Orçamento, mas a um custo social elevado, pois institucionaliza o atraso no pagamento de direitos reconhecidos pela Justiça. A isenção do IR, por sua vez, alivia o credor individualmente, mas pressiona ainda mais a necessidade de caixa dos governos, que já utilizam o mecanismo de limitação de gastos para adiar a quitação das dívidas judiciais”, explica.

Rápidas

O Ibeu abriu inscrições, até 16 de novembro, para a 49ª Edição do Salão de Artes Visuais da Galeria de Arte Ibeu, que selecionará artistas de todo o país para integrar a programação de exposições do biênio 2026–2027. Detalhes aqui *** A Associação de Hotéis Roteiros de Charme lança a edição 2026 do seu guia (impresso e digital) com 7 novos associados, totalizando 72 pousadas e refúgios ecológicos em 17 estados do Brasil.

Siga o canal \"Monitor Mercantil\" no WhatsApp:cnseg