População mais pobre está bastante pessimista em relação ao Brasil

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Comércio de rua (Foto: Marcelo Camargo/ABr)
Comércio de rua (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

O Índice de Confiança do Consumidor Brasileiro, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), de maio aponta que as classes AB (com 101 pontos) e C (com 102) começam a mostrar otimismo em relação à economia do país. É a primeira vez, desde o início da pandemia, que os brasileiros com renda familiar maior do que aproximadamente R$ 1.800 por mês acreditam em melhores perspectivas futuras para sua situação financeira.

O índice geral de confiança no país (com 91 pontos), no entanto, ainda está em campo pessimista, por conta das classes D e E, mantendo estabilidade em relação a abril, porém apresentando aumento de 19,7% em relação a maio do ano passado.

Pesquisadores da PiniOn, responsáveis pelo estudo, aplicaram o questionário em 1.732 pessoas espalhadas pelas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O indicador vai de 0 a 200, sendo que menos de 100 o campo é considerado pessimista, e mais de 100, otimista.

“De uma forma geral, a confiança do consumidor apresenta tendência de crescimento, embora retrate um consumidor ainda cauteloso”, disse Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP.

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Sobre o crescimento da confiança nestas classes sociais com números maiores que 100 pontos, o que já retrata otimismo do consumidor, esta é a primeira vez, desde janeiro de 2020, que isso acontece.

“O aumento da mobilidade social explicaria grande parte da melhora da confiança da classe AB. Por outro lado, as injeções de recursos oriundos do saque do FGTS, da antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas, do Auxílio Brasil, além da ampliação do crédito consignado, estariam por trás do aumento da confiança da classe C”, disse Ruiz de Gamboa.

Na contramão dessa recuperação da confiança estão as classes DE, que apresentaram diminuição do índice, ainda em nível bastante inferior ao registrado para as demais, com 59 pontos.

“Trata-se do extrato socioeconômico mais afetado pelo desemprego e pela queda no poder aquisitivo”, pontua Ruiz de Gamboa.

A tendência crescente da confiança foi mantida em quase todas as regiões do país, principalmente no caso do Centro-Oeste, beneficiada pelo desempenho do agronegócio.

No geral, a percepção negativa das famílias brasileiras em relação à sua situação financeira e de emprego atuais se manteve, enquanto as expectativas futuras sobre essas variáveis e a economia brasileira seguem melhorando.

“É importante destacar a continuidade do aumento na segurança no emprego, mas vale lembrar que o brasileiro ainda tem percepção negativa em relação à situação financeira atual”, disse Ruiz de Gamboa.

Foram entrevistadas 893 pessoas na capital paulista, Região Metropolitana, litoral e interior.

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